PMDB bate cabeça novamente: quem não sabe onde vai, dificilmente chega...

Reunião do partido na semana passada só reflete o vai não vai de quem não tem projeto definido, nem nomes nas maiores cidades do Estado. Partido é o retrato da confusão interna e divisão de grupos...

Reunião do PMDB em Palmas
Descrição: Reunião do PMDB em Palmas Crédito: Foto: Divulgação

A reunião do PMDB Regional ocorrida na semana passada, com a presença do governador Marcelo Miranda, durou horas de discussão em torno dos rumos do partido nas próximas eleições. E saiu, como sempre, sem definições. Voltarão para discutir mais tarde: a influência da conjuntura nacional, quem apoiar se Raul ficar ou sair, para onde ir...

 

Parênteses.

 

“Sem estresse”, resumiu uma fonte ouvida pelo T1 Notícias sobre o imbróglio da situação de distanciamento entre o governador e a senadora Kátia Abreu, que deixou o Ministério da Agricultura ao lado, até o fim, da presidente Dilma Rousseff. Ela que deixou o Palácio do Planalto e permanece no Alvorada, trabalhando para reverter o processo do seu impedimento no Senado.

 

Kátia contrariou o partido, irritou caciques nacionais, mas ao que parece, não será expulsa como previsto e divulgado inicialmente. É tanto que o assunto não entrou em pauta aqui, seu diretório de origem, e nem foi programado para a próxima reunião. “Pode ou não ser discutido”, disse Derval de Paiva após a reunião. 

 

Pode ou não pode, é a cara do PMDB. Mas sigamos...

 

Fecha parênteses…

 

Voltando às discussões da semana passada (com ar de intermináveis) o PMDB é hoje um dos maiores partidos do Estado e aí não se mede apenas quantidade de prefeitos ou de deputados estaduais e federais, mas poder político e de influência. Tem o governador do Estado, tem a senadora que deixou o Mapa após carrear R$ 104 milhões em benefícios para o Tocantins em um ano e dois meses de cargo. 

 

É um partido dividido em grupos, sempre foi. E isso se deve à dificuldade que tem em decidir, assim como à ausência de uma liderança forte, incontestável, que defina os rumos e inspire líderes e militantes.

 

É o que se viu na reunião.

 

Com candidatos a prefeito pelo interior do Estado, o PMDB não tem nomes com capital político para vencer nas maiores cidades, por onde passa a eleição de 2018. Sim, por que o projeto de poder de 2016 é ponte para o de 2018. 

 

Sem um nome forte em Palmas, ensaiou lançar o deputado estadual Valdemar Júnior, muito próximo de Marcelo e Dulce Miranda, mas recém-chegado à cumbuca da confusão chamada PMDB. Valdemar tem o apoio e a simpatia de Josi Nunes, por exemplo, mas isso não é suficiente. Nem bem chegou e já despertou a ira dos históricos. Na reunião fez discurso pacificador, do tipo: “meu nome está à disposição, mas também acho que Derval é mais experiente”…

 

O PMDB também não tem candidato em Gurupi, onde deve ficar na vice. Não tem projeto definido para Araguaína. Seguirá com Santana em Colinas, não tem nome para Dianópolis, nem em Natividade. É uma incógnita em Guaraí.

 

De forte mesmo fica Moisés Avelino em Paraíso, além dos quadros que o partido tem em Augustinópolis e Pedro Afonso, terra de Brito Miranda.

 

Surfando com Temer na onda nacional: para onde?

Voltando a Palmas, onde parte dos peemedebistas advoga que o partido deve seguir com a vice, Cláudia Lelis, do PV, surgiu outra ideia: emplacar Derval de Paiva, na ausência de Raul Filho do processo. O argumento é que Derval foi vice de Raul e prefeito interino nessa mesma fase. Teria a amizade e proximidade do ex-petista, hoje no PR. Com a ascensão de Temer, apoiado pelo PMDB Regional desde o início, uma suposta boa fase nacional combinada às peculiaridades da sucessão local, poderia emplacar Derval de Paiva, entendem alguns.

 

Alguém acredita nisso fora do quadrado das paredes que abrigaram a reunião do PMDB? Difícil saber…

 

Uma coisa, no entanto, é certa: com o modus operandi que prevalece no partido, que já representou muito na história do Estado, o que sobra é a sensação de desorganização e falta de rumo.

 

Sem elas, dificilmente o PMDB que hoje governa o Estado cercado de dificuldades, terá futuro desenhado para onde ir. Afinal, quem não sabe onde vai, dificilmente chega.

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