Por dentro da Operação Covil: entenda como a quadrilha agia

As informações levantadas pela CGU e confirmadas pela investigação da Polícia Federal mostram um esquema fraudulento que funcionava a partir de um grupo instalado na Funasa que se articulou com empresas de fachada, prefeituras municipais e "colaborad...

Dos 14 convênios em que a CGU - Corregedoria Geral da União encontrou indícios de fraude, dez teriam sido firmados com prefeituras do interior tocantinense, e quatro através do governo do Estado, conforme informação do procurador federal, Rodrigo Luiz Bernardo Santos. “No interior temos verdadeiros absurdos de recursos sacados no caixa sem que a obra fosse sequer iniciada”, disse o procurador.

“Nós encontramos indícios suficientes para denunciar 13 pessoas. Pedimos as prisões provisórias, inclusive do coordenador da Funasa no Estado, mas o juiz concedeu apenas duas, as dos engenheiros envolvidos diretamente nas ações”, explicou Rodrigo Santos. Segundo a denúncia, o esquema nascia dentro da Funasa, que era a fonte dos recursos. Empresas de fachada era utilizadas para fazer “cobertura de propostas” em licitações fraudadas.

Segundo o procurador a beneficiária identificada nos primeiros casos apurados é a CMT/Egesa. “Foi identificado que o funcionário da Funasa que tinha a função de fiscalizar as obras era quem assinava o projeto”, explicou a delegada da PF, Mirângela Leite. Em um dos convênios foi identificado um prejuízo de R$ 2, 8 milhões aos cofres públicos, mas o valor sobe para a casa dos R$ 3,8 mi, quando se soma ao inicial outros convênios.

Investigações continuam

O procurador federal informou em coletiva que as investigações continuam. “Um convênio de R$ 30 milhões, por exemplo, tinha R$ 10 milhões de sobre preço. Do valor total, eles levantaram R$ 8 milhões inicialmente, e desse montante um valor considerável foi desviado”, explicou.

Rodrigo Luiz Bernardo Santos descartou o envolvimento de gestores na Secretaria de Infra Estrutura, pelo menos até este momento das investigações. “Não há indícios disso, por enquanto. Lá nós chegamos a dois engenheiros, e o diretor deles, que se chama Edson”, disse. O envolvimento do Dertins nas investigações se deve a existência de um canteiro de obras da Egesa construído na obra de uma ponte. Este canteiro estaria mencionado também na obra de saneamento prevista para Pedro Afonso.

“Se no interior as ações são bem gritantes, já na Capital são pessoas mais bem preparadas que operacionalizavam”, explicou o procurador federal. Ele acredita que com o avanço das investigações, novas informações podem surgir esclarecendo outros pontos da ação da quadrilha. “Os crimes cometidos são a princípio peculato, formação de quadrilha e falsidade ideológica”, finalizou.

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