Por trás da polêmica em torno de Sandoval, o melhor nome do governo... a governo

Os governistas roubaram a cena dos oposicionistas no começo da semana que será decisiva para o jogo eleitoral deste ano ao provocar uma discussão entre Sandoval e Vicentinho no Solidariedade

Sandoval: incomodando a ala antiga Siqueirista
Descrição: Sandoval: incomodando a ala antiga Siqueirista Crédito: Márcio Vieira/ATN

Amigos, o dia 4 se aproxima trazendo consigo duas decisões importantes: a primeira, se Siqueira sai, ou se Siqueira fica no governo; a segunda, para onde vai Mário Lúcio Avelar, o procurador federal com potencial para mudar o quadro este ano.

 

Até lá, um mar de indefinições, guerras internas e muita, mas muita cortina de fumaça.

 

Vejam o que aconteceu hoje no palco mais intenso das discussões sobre o processo eleitoral: a Assembléia Legislativa.

 

Por lá hoje, dois deputados reagiram contra a entrevista de Paulinho da Força, em nome do SDD, direto de Roma (sic) para o Portal CT. Declarações bombásticas contra o nome de Sandoval Cardoso ao governo, dias depois do levante iniciado por Eduardo Gomes(PSDB), em favor de Vicentinho Alves.

 

Com todo respeito ao senador e à sua história, mas são poucos dentro do grupo que defendem que o nome de Vicente é mais forte do que o de Sandoval no atual contexto político do Estado. É uma questão de perfil, avisam.

 

Forte na Assembléia, forte nas articulações de bastidores e declaradamente pré-candidato a vice de Siqueira ou de Eduardo, Sandoval Cardoso fugiu de dar declarações. Mas nos bastidores não esconde: está irritadíssimo com a provocação pública de questionamento ao seu nome articulada por Gomes, que também já articula na cúpula do PSDB (onde tem muito prestígio) o apoio a Vicentinho vindo de Aécio (aquele que sempre quer conversar...).

 

Será que nem tudo é céu de brigadeiro entre os governistas, pode se perguntar o leitor mais atento à política tocantinense? Ou seria um jogo ensaiado?

 

Do lado de cá – onde tudo se ouve baseado no sagrado direito do off – está claro: nem tudo são flores se Siqueira ou Eduardo não se confirmarem até segunda-feira, um ou outro, candidato ao governo do Estado em nome do grupo.

 

O PMDB fora do jogo

 

O que mais cresce nos bastidores – tese fortalecida pelo discurso do deputado José Augusto Pugliese na manhã desta terça-feira na Assembléia – é que a convenção do PMDB está caminhando para um racha, em que nenhuma das chapas que perder aceitará o resultado. A aposta é de que o próprio PMDB, via Coimbra/Gaguim/Dito, se encarregará de judicializar a eleição, atrapalhando o caminho de Marcelo Miranda e Kátia Abreu.

 

Os dois: deputado federal e ex-governador saíram na frente pelo interior, conversando, pedindo votos e “resolvendo” os problemas dos convencionais, garantem aliados da chapa. A intenção, lógico, é vencer na convenção. De público, falam em pesquisas  internas -  nenhum registrada e divulgada em qualquer veículo de comunicação como manda a legislação eleitoral – em que Coimbra estaria em segundo lugar a governo no Estado e Gaguim na frente de Kátia Abreu.

 

 A tribuna aceita tudo,  graças à imunidade parlamentar, mas este é um resultado pouco crível a esta altura da pré-campanha. Serve apenas para alimentar os virais por aí.

 

O PMDB com eleição judicializada e fora do jogo, imerso em sua própria confusão, só beneficiaria a chapa governista, seja ela quem for. Por isso é cada vez mais corrente no meio a tese de que a dupla Coimbra/Gaguim estaria a serviço. Por mais que os dois repitam em toda entrevista que podem, que estão apenas atrás do seu direito democrático de concorrer.

 

Fora de toda confusão

 

Com este cenário confuso por aí, apenas dois líderes com nomes colocados ao governo, trabalham com a tranquilidade de ter legenda própria, sem dissidência interna e longe das incertezas: Marcelo Lelis com seu PV e Ataídes Oliveira com o Prós.

 

Unidos em bloco na Assembléia Legislativa, eles correm aí com suas caravanas, cada uma dentro de uma programação própria. Totalmente alheios às confusões do governo e da oposição tradicional do Estado, representada pelo PMDB.

 

Lelis esta semana parece que vai levando vantagem. Vide recente declaração do prefeito José Santana, de Colinas, de que o PT considera uma aliança com o PV como factível diante do impacto das andanças do deputado por aí. 

 

A semana no entanto, é do govenro. Por hora, são cada vez mais claros os sinais de que Siqueira permanecerá no comando do Palácio Araguaia semana que vem: evitando esvaziar o poder num momento tão delicado, garantindo os recursos de financiamentos obtidos e quem sabe como candidato... ao Senado, com Sandoval ao governo.

 

Uma chapa que assusta a turma de Gomes e Vicentinho. Por isso tanto barulho agora. Antes que tudo seja irreversível.

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