Por um voto mais sentimento, menos loteria ou obrigação

Muita gente vai votar neste domingo com apatia, descrédito. Outros negociam o voto, para tentar tirar alguma vantagem pessoal. Fora dessa rota, o que muda a realidade é fazer escolhas melhores...

Hoje é dia de votar. Em Palmas, em Araguaína, em Colinas, Porto ou Gurupi há uma efervescência nas ruas, nas praças, nos cantos e esquinas.

 

Há uma disputa acirrada entre o velho e o novo, entre os de sempre e os que querem chegar lá, entre os que já foram testados e os que pedem muito por uma chance.

 

Fora das militâncias, dos infernais grupos de WhatsApp, do círculo dos espiões de meia tigela, a grande maioria do eleitorado segue pouco ou mais apática a tudo isso.

 

Muitos vão se arrastar de casa, da cama, do seu domingo com a família para filas de votação apenas por obrigação. Ou pela necessidade de mostrar que votou, ao invés de justificar o voto. Muito emprego por aí ainda depende disso.

 

Outros, vão tentar “acertar” o voto, como se estivesse numa loteria.

 

Não minha gente. Sou mais quem vota por sentimento. De raiva, de atrevimento, de vontade de construir. Sentimento de querer mudar, ver algo diferente acontecer na sua vida, na sua cidade…

 

Há um movimento por aí de mudança, não muito claro, nem muito explícito, mas pulsante, presente.

 

Ele foi percebido em Gurupi, nas últimas semanas, com o crescimento do candidato de oposição.

 

Foi sentido nas ruas de Araguaína. Está presente em Colinas. Pode acontecer em Porto.

 

E por aí, nos interiores do Tocantins, há a expectativa de que alguma coisa mude.

 

De todas as campanhas que vi, tenho que confessar: aplaudo as mais propositivas, as menos agressivas, as que trouxeram ao debate alguma coisa para construir.

 

Essa seleção, a capacidade de separar o que é bom do que é ruim, é que o eleitor precisa exercitar através do voto. Escolher menos pelas amarras e mais com a consciência do que significa o voto.

 

Aos que venderam o voto uma, duas, três vezes, nem há muito o que dizer. Aqueles que figuram em várias listas de vereadores, vendidos ou negociados pelos mesmos “líderes”, estão contribuindo para que tudo continue errado. E perdem o direito de reclamar.

 

O certo é que a apatia não adianta. Você não escolhe por que tá chateadinho, vem alguém e escolhe no seu lugar.

 

É assim a vida. É assim o sistema democrático eleitoral brasileiro.

 

Escrevo despretensiosamente neste domingo, apenas para dizer, com o melhor humor do mundo, ao eleitor que está pouco se importando para o resultado das urnas: se liga, por que assim, nada melhora.

 

É preciso acreditar ainda no poder da escolha.

 

Em Palmas, cidade que vivo e acompanho mais de perto, boas opções foram colocadas. Muita gente nova disputa pela primeira vez uma eleição, com vontade de fazer diferente. Vale a pena tentar.

 

Que amanhã, os resultados das urnas em todo Tocantins nos tragam prefeitos e prefeitas mais realizadores e responsáveis. Vereadores mais comprometidos e menos venais. Assim teremos um reflexo mais amadurecido do eleitorado no seu espelho. Afinal, todo representante espelha de fato seus representados. 

 

Boa eleição, e bom voto a todos!

 

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