Pouca vergonha ou vergonha nenhuma na Câmara, codinome Donadon

Hoje é sexta, dia de temas leves, mas posso tentar amenizar mais tarde, antes que o dia termine.

Natan Donadon
Descrição: Natan Donadon Crédito: Divulgação

 

 

Ontem sobraram matérias, ligações a fazer e obrigações. A quinta foi pequena para tanto assunto e terminei não passando aqui para falar de: Donadon.

 

Quem está antenado na política nacional sabe bem quem é. Afinal não passa muito desapercebido um deputado federal preso, após condenação no STF, o Supremo.

 

E foi assim - entre incrédulos e embasbacados - que a maioria dos brasileiros que acompanha política no Brasil viu a Câmara dos Deputados cometer outra desonra. Mais uma. Pelo famigerado voto secreto e em nome de milhares, milhares de cidadãos de bem que elegeram aqueles deputados federais.

 

 A Câmara protegeu, por maioria, o mandato de um bandido. Preso. Condenado. E deputado. Não faltaram ironias nas redes sociais. “Foram coerentes, protegeram a si próprios!”, diziam uns. “Fui inocente, esperava outro resultado”, disse uma experiente jornalista goiana ontem no Twitter. “Já esqueceram o grito das ruas?” perguntou outro.

 

A questão não é só ética, nem de princípios. É prática mesmo. O cidadão está preso, condenado por uma corte para a qual não há mais recurso. E manteve o mandato. Para quê? Vai votar como? Vai continuar recebendo salário? Vai manter os “direitos políticos”? Vai representar os presidiários agora?

 

Não. Foi mantido para que a Câmara mandasse um recado ao Brasil: deputados podem tudo. Estão acima da lei que escrevem.

 

A Câmara com a decisão de poupar Donadon, entrou na mesma vala comum que ele. Um desplante. Atravessou a zona de perigo, zombou da população que cumpre a lei e quer vem um legislativo mais espelho seu, do que das exceções.

 

Há um risco grande no ar quando se tomam atitudes como esta em nome da democracia.

 

Querem saber o pior? Não há como saber quem votou. Os covardes estão escondidos atrás do famigerado voto secreto.

 

Só dá para saber quem é verdadeiramente contra, pelas manifestações e campanhas feitas pela cassação de Donadon ANTES da votação. É que depois da repercussão, todos os lobos se encolheram por trás de suas peles falsas de cordeiros.

 

Ficou difícil achar um que assuma ter votado para garantir que o dito cujo continue com o título de Excelência, lá de dentro do presídio. Excelência em quê? Segundo o Supremo em peculato.

 

“É pau, é pedra, é o fim do caminho... “, já dizia a canção. Na boca o desgosto do cidadão/ eleitor. Mas há um alento: não estamos sozinhos.

 

Esta turma aí está bem perto de descobrir isso. E da pior maneira possível.

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