A Pró-Saúde, entidade responsável pela gestão de 17 hospitais públicos do Tocantins, divulgou nota nesta quinta-feira, 20, reconhecendo os problemas existentes no Hospital Regional de Gurupi, onde os médicos suspenderam a realização de cirurgias eletivas alegando falta de condições de trabalho, de material cirúrgico, além da suposta exigência da direção do Hospital em colocar estudantes de Medicina como assistentes.
A Pró-Saúde confirmou a falta de profissionais para fazer o atendimento. De acordo com as estatísticas da entidade, em 2011 foram realizados 1924 partos no Hospital de Gurupi, sendo 1.117 partos normais e 807 partos cesáreas.
Até maio deste ano foram realizados 810 partos naquela unidade de saúde, o que corresponde a uma média de 162 partos por mês. Também são realizadas 30 consultas obstétricas de emergência por dia.
De acordo com a nota da Pró-Saúde, hoje o hospital conta com seis médicos, quando seriam necessários pelo menos nove para completar a escala de trabalho. Além disso, no mês de julho, um dos médicos solicitou aposentadoria, o que possibilitou fechar a escala até o dia 15 deste mês.
A Pró-Saúde alegou ainda que sua responsabilidade contratual é de gerir a estrutura colocada à disposição pelo Governo do Estado e que não cabe a ela a contratação de profissionais sem o repasse financeiro por parte do Estado.
A entidade alegou também que alertou o Governo a respeito da situação e que tomou algumas providências, como a transferência de pacientes de médio e alto risco para os hospitais “Tia Dedé” e “Dona Regina”, que também são administrados pela Pró-Saúde.
Confira a íntegra da nota da Pró-Saúde:
A Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar vem a público lamentar a grave situação de falta de cirurgiões no Hospital Regional de Gurupi, com prejuízo para a população, e esclarece que tomou todas as providências que lhe são cabíveis pelo contrato de gestão firmado com o Governo do Tocantins.
No ano de 2011, foram realizados no Hospital de Gurupi 1.117 partos normais e 807 partos cesáreas, totalizando 1.924 partos. Até maio de 2012 foram 476 partos normais e 334 partos cesáreas, totalizando 810 partos, uma média de 162 ao mês, ou seis partos por dia. Também são feitas 30 consultas obstétricas de emergência por dia. No entanto, hoje dispomos de apenas seis médicos no quadro. Seriam necessários nove profissionais para completar a escala de trabalho. Além disso, no mês de junho, um dos médicos se aposentou, o que permitiu fechar a escala apenas até dia 15 do referido mês. Há necessidade imediata de contratar outros quatro obstetras.
É obrigação contratual da Pró-Saúde gerir estritamente a estrutura e equipes disponibilizadas pelo Governo do Estado e não providenciar alternativas sem o devido repasse ou autorização do contratante, a quem compete oferecer, disponibilizar, manter e remunerar a equipe médica.
Assim, a Pró-Saúde adotou as seguintes providências:
1. Alertou a Secretaria de Saúde sobre a falta de obstetras para compor a escala de plantão em 11 de junho de 2012. por meio do ofício. 166/2012;
2. Providenciou a logística de transferência das pacientes de médio e alto risco para os hospitais Tia Dedé e Dona Regina, administrados pela organização social;
3. Vem alertando as autoridades, por meio de ofícios a Sesau, sobre o impasse com os cirurgiões - cujas que reivindicações extrapolam o âmbito da Pró-Saúde - para que adotem as providências que entenderem necessárias.
Contamos com a sensibilidade e compromisso dos profissionais, de seus representantes de classe e dos gestores públicos para que cheguem a um acordo em benefício da população tocantinense.
Palmas, 21 de junho de 2012
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