O professor Antonio Cesar Pereira informou à equipe do Site Roberta Tum as condições de uma família que segundo ele, vive em situação de total segregação social. Segundo as informações, Osmarina Pereira e sua filha Bruna Pereira, moradoras de Barrolândia, foram prejudicadas pelo descaso do poder público apesar de viverem com apenas 150 reais por mês.
Segundo o professor, a prefeitura selecionou de forma irregular as pessoas a serem agraciadas pelos benefícios direcionados pelo Governo Federal e Estadual. “Os gestores escolheram a dedo seus apadrinhados e parentes”, destacou o professor que informou que cobra esclarecimentos do porque da família ter sido descredenciada do programa Minha Casa Minha Vida – MCMV, enquanto segundo ele, “famílias que não precisam receberam o benefício”.
Pereira informou que, por acreditar que houve irregularidades no processo de seleção, procurou a prefeita Leila Rocha (DEM) para mais esclarecimentos sobre o caso, mas não obteve uma resposta clara. “A prefeita me falou que viu pessoas que não precisavam receber a casa, porém não podia fazer nada, pois a seleção tinha sido feita na gestão anterior”, destacou o professor que ressaltou que Leila deveria ter parado o processo e apurado se de fato as famílias contempladas mereciam o benefício.
O que diz a prefeitura
Ao Site RT, a prefeita Leila Rocha, informou que em 25 de novembro do ano passado uma equipe da Secretaria de Habitação fez uma visita ao município e constatou que as obras deveriam ter começado em julho. A prefeita, que assumiu o cargo em dezembro, destacou que os procedimentos para escolha dos beneficiados foram feitos durante a antiga gestão. “Eu dei andamento a um procedimento que deveria ter acontecido em julho. Os beneficiados já haviam sido contemplados, eu não participei pessoalmente da escolha”, informou.
Segundo a prefeita, quando assumiu o cargo, ela deu suporte para a construção das casas e apesar de não concordar com alguns selecionados não havia o que fazer. “A documentação necessária para a inscrição no programa já estava na Secretaria de Habitação, eu apenas dei início às obras que já estavam atrasadas”, destacou.
“Ao tomar posse não encontrei nenhum documento que constasse a seleção das famílias contempladas. Diante de tal fato veiculei pela cidade, um carro de som, para chamar as famílias selecionadas para que às pudesse conhecer”, informou Leila que destacou ainda que confirmou através da Secretaria de Assistência Social os nomes dos selecionados e que posteriormente a empresa responsável pela construção das casas se apresentou com a lista dos contemplados.
Entenda
Bruna Pereira Brito, filha de Osmarina Pereira, é ex-aluna da Escola Especial Amor de Deus e hoje é assistida pela Apae de Barrolândia através das oficinas profissionalizantes. Segundo as informações do professor Cesar, Bruna tem 19 anos e apresenta um quadro de retardo mental e obesidade mórbida o que faz com que ela necessite de cuidados especiais. Segundo o professor, a família vive com uma renda de 150 reais mensais.
De acordo com as informações de um relatório de visita da prefeitura de Barrolândia à família, a mãe de Bruna, Osmarina Pereira, 46, convive com Ibaneis dos Santos, 49, lavrador e possui renda de um salário mínimo.
Ainda segundo o relatório, a família tem residência própria, com quatro cômodos, paredes de adobe, piso de cimento e não há instalações sanitárias e os moradores usam o exterior da casa para fazer suas necessidades fisiológicas. Consta no relatório, ainda ,que toda a estrutura da casa está em “péssimas condições” e que a família está em situação de vulnerabilidade econômica e social.
Novas casas
De acordo com as informações da prefeita Leila Rocha, sua equipe já trabalha em um levantamento para saber qual a real situação habitacional do município e uma parceria com o Governo do Estado pretende construir mais 50 casas do Programa Minha Casa Minha Vida em Barrolândia. (Fábio Coêlho)
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