Quilombolas do Tocantins ainda aguardam políticas públicas

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Maria José Cotrim - Blog da Tum

As 792 famílias de  remanescentes de quilombolas que vivem em comunidades espalhadas pelo Tocantins ainda sofrem com  condições precárias de habitação, abastecimento de luz e água além de  80% não serem reconhecidas. A  Secretaria de cidadania e justiça do Estado não tem  um levantamento sócio-econômico para criar políticas públicas para auxiliar as comunidades do Estado.             .

De acordo com a Coordenação de Afrodescendentes, uma das maiores metas para este ano é a demarcação dos territórios pois muitos quilombolas estão há muito tempo nas terras mas não tem o documento de posse. Para este ano também, a secretaria quer continuar com o reconhecimento das comunidades, construir mais casas populares, mais poços artesianos e levar energia.                                                                                 

No Tocantins há 15 comunidades quilombolas reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares porém  nenhuma delas possui o título definitivo de posse emitido pelo Incra e há ainda outras 35 à espera.                                                                               

Já foram construídas 315 casas mas muitos descendentes ainda moram em situações precárias. Como incentivo está sendo propiciado para algumas comunidades, programas de geração de emprego e renda na área rural e há ainda em vista equipamentos agrícolas que devem ser disponibilizados através de um projeto de financiamento com o Banco do Brasil.                                                                               

 

Assistência para poucos

 

Olinda Maria de Carvalho que coordena o acompanhamento da saúde nas comunidades diz que há muitos casos de hanseníase e que, a secretaria de saúde, e a vigilância sanitária fazem parceria para propiciar o atendimento aos doentes, encaminhando para Palmas quando necessário. Ela diz que muitas vezes os quilombolas são resistentes à sair da comunidade. 

Wanderson Rodrigues, assistente técnico da juventude nas comunidades ressalta que “não há projeto aplicado nas comunidades mas estamos buscando parceirias com a secretaria de juventude para convênios de cotas para quilombolas na casa do estudante,e a extensão do Programa Juventude Cidadão voltada para esse público”, afirma Wanderson. Quanto á cultura e lazer, ele explica que a  dívida é grande com o público negro pois as  dificuldades de acesso a elas é difícil, falta quadras poliesportivas e espaços de lazer. “É preciso  parcerias das partes que compõem o Estado”, reafirma.

 

(Com informações e dados da Secretaria da Cidadania e Justica)

           

 

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