Relações institucionais arranhadas

Na próxima quarta-feira, 26, uma nova manifestação de grandes proporções está marcada para acontecer em Palmas. Desta vez contra a corrupção.

Eduardo e Amastha: confronto no Twitter
Descrição: Eduardo e Amastha: confronto no Twitter Crédito: Lourenço Bonifácio

Ainda não dá para saber a influência que terá sobre o movimento os pactos propostos ontem, segunda-feira, 24, pela presidente Dilma Roussef durante encontro com o governadores e prefeitos de capitais. O principal, propõe um plebiscito para fazer a reforma política e quer encaminhar projeto de lei ao Congresso para transformar em crime hediondo justamente a corrupção.

 

Os ecos da primeira manifestação perduram no entanto até hoje. Se não serviu de fato para abalar o “monopólio” do transporte municipal em Palmas, nem para avançar de forma organizada com uma comissão representativa do movimento passe livre na capital negociando melhorias, a manifestação operou um abalo nas relações institucionais entre Estado e Município.

 

Essa fissura, que começou pequena, avançou ontem para um confronto de posições no Twitter entre o secretário Eduardo Siqueira Campos(PSDB) e o prefeito Carlos Amastha(PP). Eles haviam suspendido a animosidade provocada pela campanha passada, ambos com o discurso de construir uma relação proveitosa para Palmas.

 

Em seu perfil, Eduardo questionou se Palmas teria o benefício da desoneração na passagem.  Na prática isso significaria fazer as contas de quanto representa em centavos de real os impostos retirados pela presidente e mandar baixar a passagem.

 

Amastha não fez e nem fará a determinação. Segundo o que disse ontem, já não deu aumento de passagem, como outras capitais que estão recuando no preço deram. E vai fazer diferente: exigir aumento na frota e abrir novas linhas para licitar.

 

Se não desonera nada na passagem, o prefeito de Palmas na verdade permite um ganho para as empresas representadas por Toninho da Miracema.  Araguaína por exemplo, fez a desoneração.

 

O questionamento de Eduardo, irritou Amastha: “me deixe trabalhar”, respondeu o prefeito.

 

Para chegar a este ponto muita água e muitas DM's e SMS's rolaram nos últimos dias.  A participação de assessores do prefeito, lotados na secretaria de governo e ligados diretamente a Tiago Andrino é que azedou o doce na relação dos dois.

 

A articulação do núcleo político de Andrino antes da manifestação, o tom ofensivo contra o governador durante o ato -  registrado em vídeos pela equipe de segurança que acompanhou a manifestação -  e principalmente o depois, quando os ânimos se acirraram na troca de farpas no Twitter reacendeu o clima da campanha.

 

As relações institucionais entre Palmas e o governo que apresentavam algumas fissuras, agora estão publicamente arranhadas. Mais do que isso pode acontecer, provocando um rompimento prematuro e a antecipação do debate eleitoral, se alguns ânimos exaltados não forem contidos.

Comentários (0)