Reviravolta nas últimas horas: governo faz o que pode para vencer na Assembléia

Paulo Mourão sinaliza recuo a bem do consenso no grupo, já que enfrenta em Toinho Andrade e José Bonifiácio, resistência sem igual. Mesmo com Eduardo do Dertins, governo não alcançou os 12 do empate

As últimas 48 horas foram decisivas para o que vai acontecer amanhã, domingo, na disputa pelo comando da Assembléia Legislativa.

 

O sinal mais evidente disto é o recuo do deputado estadual eleito Paulo Mourão(PT), que vinha carregando até ontem a preferencia do governador Marcelo Miranda para a presidência. Miranda pediu votos para Paulo a deputados de sua base nos últimos dias.

 

Teve o apoio de Nilton Franco, que retirou sua candidatura, de Rocha Miranda, de Valderez Castelo Branco e de Eli Borges. Valdemar Júnior vota com o governador, ressalvada a possibilidade de que Toinho Andrade, do seu partido, o PSD, chegue até amanhã como candidato.

 

As contas simplificaram muito nos últimos dias. Embora negue, Eduardo Siqueira é o Maestro desta orquestra na oposição. É ele quem articula fortemente pró-Damaso, com a experiência que tem e os compromissos que restaram de alguns deputados com ele.

 

Estratégia é isolar futuros governistas

 

Para entender a dinâmica desta eleição é preciso compreender que nem todos os deputados que se aproximaram de Marcelo Miranda desde outubro para compor a base governista, votará com o governo para presidente.

 

Devem votar com Miranda os projetos do governo pelo menos mais seis deputados além dos 9 que se elegeram com ele: Mauro Carlesse, Júnior Evangelista, Cleiton Cardoso, Valderez Castelo Branco, Eli Borges e Jorge Frederico. É uma base forte, com 15.

 

Só que na hora de se falar em eleição o governo pode ter cometido o erro de entrar tarde demais no jogo e também de ter escondido sua preferencia até a penúltima semana que antecede a eleição.

 

Conclusão: dos 9 de Miranda, Elenil da Penha não garantiu acompanhar o governo, seja com Paulo Mourão ou com outro nome. Restaram oito. Eli Borges e Valderez firmaram apoio: a conta subiu para 10. Eduardo do Dertins declarou apoio: são 11.

 

Carlesse e Júnior Evangelista negaram o voto a Marcelo e devem ficar com Osires Damaso.

 

Resultado dirá quem blefa e quem trai compromisso

 

Resta saber se Toinho Andrade e José Bonifácio de fato agregarão mais um voto cada um, trazidos do bloco de oposição. E se trouxerem, quem dos dois se sagra candidato até amanhã.

 

No grupo, pela ordem, num caso de 12 a 12, o mais velho, é Eli borges, que até aqui não colocou intenção de disputar. Não é candidato a menos que seja convocado e incensado. Depois dele, o mais velho de mandatos é o novo governista, Eduardo do Dertins. O terceiro então é Toinho Andrade.

 

Do jeito como está o bloco de Damaso de fato tem 13 nesta manhã de sábado.

 

Arrisco dizer que para que o governo tenha chances na eleição de amanhã, não não se trata apenas de construir o consenso.

 

A chance de vitória passa também pelo calado Elenil da Penha. Um deputado que só registrou candidatura - depois de bater chapa na convenção no grupo de Coimbra e perder - pela graça do temperamento fácil de Marcelo Miranda.

 

Desde ontem, Elenil está com seu nome na lista dos sete da Mesa Diretora que Damaso deve apresentar amanhã.

 

Coisas da política. Vai entender.

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