O vereador Fernando Rezende (DEM) usou a tribuna na sessão da Câmara de Vereadores na manhã desta terça,28, para apresentar diversas denúncias envolvendo o programa “Construindo junto Palmas” direcionado para famílias que ganham até três salários mínimos. ‘’As denúncias dos moradores vão desde as obras inacabadas, falta de documentação de quem já mora no local, até pagamento de uma taxa para que o Movimento Nacional de Luta pela Moradia faça a entrega das casas. Além disso, temos situações de pessoas que receberam material de construção e cansadas de esperar pagaram para fazer a sua casa‘’, informou.
Segundo Rezende, "a moradia tem sido usada como bandeira política e modo de comprar votos" e por causa da situação vai encaminhar as denúncias ao Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual. ‘’Vou protocolar nos órgãos competentes os nomes e endereços dessas pessoas, para que assim o MPF e MPE possam apurar essa situação.Como vereador acho que é preciso respeitar a necessidade alheia”, ressaltou.
Nomes
Na ocasião, o vereador Hermes Damaso (PR) solicitou que Rezende desse nome aos movimentos e pessoas que estariam envolvidos nas irregularidades. “Caso contrário, a denúncia será inócua”, afirmou. Em resposta, Rezende citou, entre outros, o Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), isentando, no entanto, seus dirigentes de responsabilidade. “O movimento deve ser respeitado como instituição e creio que seus dirigentes não tinham conhecimento de irregularidades”, afirmou.
O vereador Bismarque do Movimento (PT), que já presidiu o MNLM, apresentou na oportunidade a tabela de preços do Sindicato da Construção Civil (Sinduscon),mostrando que a entidade teve perda em construções de casas populares e teve de recorrer a medidas como mutirões para concluir diversas unidades. “Quero que o Ministério Público nos chame para prestar contas. Para nós, é motivo de orgulho”, afirmou.
Mudança de foco
Seguno Bismarque, Rezende estaria fazendo as denúncias por causa das discussões sobre o Plano Diretor, já que o representante do movimento já se posicionou contra a expansão urbana, defendida pela maioria dos parlamentares. ‘’Vossa excelência quer desviar o foco da expansão urbana. Entra na Justiça, Fernando Rezende porque lutamos é pela reforma urbana”, afirmou destacando que o movimento está de cabeça erguida. “Quero que o vereador entre na Justiça, porque vamos levar provas concretas que ele está mentindo”, afirmou.
O vereador Jose Lago Folha (PTN) também usou a tribuna para questionar o fato de o MNLM ter pego R$ 2,5 mil de 1,6 mil famílias e defendeu uma apuração por parte do MPF. ‘’O movimento pegou o dinheiro do povo e não aplicou. O Bismarque precisa passar por uma comissão parlamentar para parar de ficar mentindo. O Ministério Público tem que apurar mesmo e colocar na cadeia os culpados‘’, afirmou
Moradora prejudicada
Umas das moradoras que se sentiu prejudicada pelo Movimento Nacional de Luta pela Moradia, Maria Rosalina Ribeiro Santana, que mora na 1006 sul, afirmou que assinou o cheque, mas não recebeu a moradia. "Em 2005 quando conheci o movimento me cadastrei e fazia o trabalho no multirão, esse trabalho é necessário para que recebamos a casa, mas quando o cheque moradia chegou eu assinei e não recebi a moradia. Acho um absurdo isso, esse cheque era para complemento da construção da casa, trabalhei no multirão as 1600 horas estabelecidas e não recebi a minha casa. Quero justiça”, desabafou. (Colaborou Célia Brethas )
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