Ribeirinha diz que decisão do STF foi infeliz: "o que está em jogo é a apologia ao uso e não a liberdade de expressão"

Em entrevista ao Site Roberta Tum o ex-interno da Fazenda da Esperança e um dos idealizadores do programa Viver de Cara Limpa, Ricardo Ribeirinha, posicionou-se contra a decisão do SFT de liberar a marcha da maconha. Ribeirinha disse que a decisão fo...

O ex-interno da Fazenda da Esperança e um dos idealizadores do programa Viver de Cara Limpa, Ricardo Ribeirinha, procurou o Site Roberta Tum na manhã desta sexta-feira, 17, para se posicionar contra a decisão do STF de liberar por unanimidade a marcha da maconha. Ribeirinha, que coordenou a implantação de ações anti-drogas no Estado, afirmou que a decisão do STF foi equivocada e criou uma confusão. “O Supremo foi infeliz, porque se misturou a questão da liberdade de expressão com a legalização. Se criou uma confusão com essa decisão, porque nas periferias muita gente está achando que a maconha foi liberada”, ressalta Ribeirinha.

“O que está em jogo não é a questão da liberdade de expressão é a apologia ao uso da maconha. Não sou contra por simplesmente ser contra. Sou contra por uma série de questões. A maconha é a porta de entrada para outras drogas e hoje não existem políticas públicas que educam e que apóiam as pessoas que acabam se tornando dependentes. Não há segurança nas fronteiras e também não há seguridade de tratamento para os dependentes. Como não existem políticas públicas suficientes, a juventude não tem condição de fazer escolhas corretas em relação a este assunto”, enfatiza Ribeirinha.

Maconha abre "portas" para uso de outras drogas

Ao lembrar que esta é a Semana Nacional de Prevenção às Drogas, Ricardo Ribeirinha ressalta sua experiência com a maconha e garante que a droga destrói muitas vidas. “Hoje eu digo, se vier alguém e me mostrar duas ou três pessoas que tiveram sucesso em suas vidas, conseguiram fazer suas faculdades utilizando a maconha eu mostro dezenas de pessoas que estão na Fazenda da Esperança que tiveram as vidas destruídas. Eu, por exemplo, a primeira droga que usei foi a maconha e ela abriu as portas para outras drogas, por que ela está nas bocas de fumo, onde também estão o crack, a cocaína e muitas outras, e iguais a mim conheço várias pessoas que começaram pela maconha e muitas dessas pessoas não sobreviveram”, frisa.

Sobre a marcha da maconha Ribeirinha ressalta que já presenciou a mesma e que o consumo da droga é feito livremente. “Fui presenciar uma marcha dessa e a maioria dessas pessoas utilizam a maconha livremente. Então é um evento pela legalização e faz apologia ao uso sim”, afirma Ribeirinha que contesta a hipocrisia no debate sobre a legalização. “Muitas pessoas defendem, mas se perguntamos se elas deixariam seus filhos usarem a maconha dizem que não. Então há um pouco de hipocrisia neste debate. A legalização da maconha compromete o presente do nosso país, que é a juventude”

Ao concluir Ribeirinha questiona os benefícios da marcha da maconha para a sociedade. “Essa falsa liberdade pode abrir uma possibilidade para outras marchas, como a do crack, da cocaína, porque todo mundo tem direito de defender suas preferências. Eu acredito que temos problemas mais graves para serem discutidos. Se fosse uma marcha pela educação, ou contra a corrupção tudo bem, mas eu questiono o que uma marcha pela maconha vai trazer de bom para a sociedade? Será que ela vai trazer mais benefícios ou malefícios?”, pontuou Ribeirinha.

Para os que são favoráveis à marcha e à legalização do uso, o autor do livro "Viver de Cara Limpa" deixou a pergunta: "Se a maconha chegar a ser liberada,você que é pai, ou mãe, gostaria que seu filho usasse?"

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