Seduc sob nova direção… será que vem mais de Goiás?

Desde que circulou a possibilidade considerada no governo de importar mais um nome de fora, desta vez para assumir a Seduc, não cessam as críticas nas rodas de conversa e nas redes sociais...

Governador Marcelo Miranda
Descrição: Governador Marcelo Miranda Crédito: Foto: Da Web

Bom dia amigos!

 

Escrevo de São Paulo, onde meu zap não para desde que saí de Palmas no final da semana passada. O Tocantins é isso: uma caldeira em permanente estado de ebulição.

 

No governo, a semana começa sob o signo da mais recente mudança, na Secretaria da Educação, que já era esperada há meses. Com substituição de Adão Francisco - depois de um longo período de desgaste, registrado aqui algumas vezes - ainda que interinamente por Morgana Gomes, o governador Marcelo Miranda caminhou para resolver um problema grande, que incomodava boa parte de sua base na Assembleia Legislativa.

 

Morgana, esposa do presidente Metropolitano do PV, Deocleciano Gomes, tem relação antiga e estreita com a família Miranda e um perfil que - embora não acumule títulos na área da educação - é daquele tipo maleável, que sabe conversar e tratar as pessoas. Tanto as que estão acima na escala de poder, quanto as que estão no mesmo nível ou abaixo dela, hierarquicamente. 

 

Talvez por isso já tenha tanta gente nos bastidores defendendo sua permanência como titular, e que Miranda agregue um nome mais técnico na posição de sub-secretário da pasta, ao invés de importar um nome de…Goiás.

 

Parênteses…

 

Nasci em Goiás, lá em Jataí, e portanto, não tenho preconceito contra os goianos e seu núcleo forte no governo Miranda.

 

Fecha parênteses.

 

O problema em buscar um nome em Goiás - ainda que o da competente professora, mestre, doutora e ex-deputada federal Raquel Teixeira - é o recado que isso manda para a sociedade em geral, formadores de opinião, políticos e especialmente para os educadores do Estado: o de que falta gente competente no Tocantins para comandar a pasta.

 

O que não é verdade.

 

Pela mesa do governador tem passado vários nomes e não faltaram indicações vindas de companheiros diversos. É aí que surge o segundo problema, pelo menos na esfera política: prestigiar a indicação de alguém que representa um grupo adversário…

 

Aproximação com Dorinha

 

A reaproximação de Marcelo Miranda com a deputada federal Professora Dorinha, que comandou a Seduc em seu segundo governo, era desejada por amigos comuns de ambos, há muito tempo. Dorinha é profissional respeitada e como deputada federal garantiu seu espaço em Brasília com extrema competência e bom trânsito na bancada da Educação ao longo dos últimos anos. Tem coerência política e com certeza muito o que ajudar se der conselhos e for ouvida nas tomadas de decisão do Tocantins nesse setor.

 

Mas… uma coisa é uma coisa e outra coisa… é outra coisa.

 

O Democratas tornou-se nos últimos meses o partido do deputado Estadual Eduardo Siqueira Campos, que carrega o sobrenome e o espólio político do pai. Na oposição, ainda que não seja radical, Eduardo é o contraponto ao governo Miranda, mais incisivo (só ficando atrás da deputada Luana Ribeiro, essa sim, mais radical nas posições que assume).

 

No último evento do partido em Palmas, quando apresentou o apresentador Marcão Poggio como pré-candidato à prefeitura da capital, Dorinha anunciou a filiação em breve do ex-governador Siqueira Campos. Este, que segue internado no IOP desde o fim de semana, quando deu entrada desidratado, com baixo batimento cardíaco e outras complicações devido à fragilidade do seu quadro.

 

Tudo isso tem uma força simbólica muito grande. Trata-se de juntar, mesmo que com uma ponte grande no meio, os dois grupos políticos que foram tradicionalmente rivais e adversários nas recentes eleições que o Estado assistiu.

 

É aí que a “companheirada” do governador protesta e com sua dose de razão, nos bastidores, desde que veio a público a informação de que Dorinha pode indicar o próximo secretário ou secretária de Educação.

 

Quando, no final da eleição, Marcelo deixou claro que a Seduc seria cota da senadora Kátia Abreu, que formulou um projeto polêmico (que deixava de fora as indicações políticas para diretores) a ser comandado por Mila Jaber, não houve chiadeira.

 

Todo o grupo reconhecia a importância de Kátia na campanha e via em Mila as características técnicas necessárias para tocar a pasta. Com o distanciamento entre o governador e a Senadora, isso nunca tornou-se realidade.

 

Agora, o que se espera, é que a Educação tenha um comando técnico, mas com sensibilidade política. 

 

Como conseguirá fazer esta composição é um desafio para o governador nos próximos dias.

 

Nas redes sociais e nos corredores, nas rodadas de conversas entre políticos e até no velório do rapaz que faleceu este final de semana (ex-servidor do Detran), o assunto era só este: vai chamar de novo alguém do Goiás?

 

“Daqui há pouco vamos ter que chamar Marconi de governador”, brincou o cineasta André Araújo no seu Twitter. “Devolve logo para Goiás”, provocou outro tuiteiro.

 

É essa imagem de governo terceirizado, que ronda o Palácio Araguaia. Uma coisa nada positiva.

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