Seet notifica secretário de Saúde sobre violência em hospitais públicos do Estado: Pró-saúde explica situação

O Sindicato dos Profissionais da Enfermagem do Estado do Tocantins (Seet), notificou o secretário de Saúde, Nicolau Estevez, sobre os atos de violência registrados nos hospitais públicos do Estado. Segundo informações repassadas pelo Sindicato, nas ú...

O presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem do Estado do Tocantins (Seet), Ismael Sabino da Luz, notificou, na última sexta-feira, 23, o secretário de Estado da Saúde, Nicolau Estevez, sobre o número de registros de crimes registrados nos hospitais públicos do Estado.

Conforme informou o Sindicato, a insegurança nos Hospitais "tem tirado o sossego de funcionários e usuários". "Nas últimas semanas, segundo as informações, tem se tornado frequente o registro de crimes nas unidades, incluindo um homicídio, uma tentativa de estupro, além de roubos e furtos a veículos.Não é a primeira vez que cobramos do Estado uma posição sobre isso. É preciso garantir a segurança dos usuários, que estão atrás de atendimento e dos funcionários, que precisam ter tranquilidade e concentração para desempenhar as funções”, declarou o presidente do Seet, Ismael Sabino da Luz.

Históricos dos crimes

Segundo informações do presidente do Seet, no Hospital Regional Público de Porto Nacional, a 60 quilômetros de Palmas, uma enfermeira foi atacada dentro da unidade. O estupro só não aconteceu porque, segundo a vítima, ela conseguiu pedir socorro.

“Isso caracteriza um ambiente de alto risco de violência, principalmente para as mulheres”, disse o presidente acrescentando que no mesmo hospital, na última quarta-feira, 18, o clima foi ainda mais tenso. Um paciente ferido, matou a facadas, um outro paciente que estava internado. O crime causou pânico aos funcionários e usuários, agravando ainda mais o quadro de saúde de pessoas que estavam em busca de tratamento.

Reivindicações

De acordo com o ofício protocolado na Secretaria da Saúde, ações dos bandidos tem se tornado comum nos centros de saúde, como roubos e furtos de celulares de pacientes e funcionários, "sem contar que ladrões invadem constantemente o estacionamento do Hospital Geral Público de Palmas (HGPP), arrebentam travas de segurança e levam motocicletas. Pelo menos cinco motos foram furtadas no último mês", contou o presidente.

A falta de segurança, desde a retirada dos vigilantes dos hospitais, no início do ano, tem sido motivo de diversas notificações ao Governo do Estado. “Exigimos uma atitude urgente. Levaremos esse caso às últimas instâncias. O que estão esperando acontecer? Mais gente morrer? Não se pode tolerar isso! Vamos levar essa situação ao Ministério Público e à justiça se preciso for”, questionou o presidente.

Pró-Saúde responde

Em nota, a Pró-saúde, informou que com a implantação do modelo de organizações sociais muitas atividades foram remodeladas. Em relação aos controles de acesso aos hospitais e dentro da nova visão de acolhimento das pessoas, não mais é utilizada a função de seguranças armados, e sim de agentes de portaria, que atuam também como orientadores dos usuários acerca dos acessos, serviços e demais informações necessárias.

Sobre o fato ocorrido em Porto Nacional, a Pró-saúde informou que, o agressor entrou no hospital ferido, e como paciente, foi encaminhado para o Pronto-Socorro, aonde veio a cometer o homicídio. Ainda segundo a Pró-saúde, não houve negligência por parte dos agentes de portaria, que inclusive contiveram o criminoso logo após o fato até a chegada da Polícia Militar.

Veja a íntegra da nota

“A partir da mudança de modalidade de gestão dos hospitais do Tocantins, com a implantação do modelo de organizações sociais muitas atividades foram remodeladas. Em relação aos controles de acesso aos hospitais e dentro da nova visão de acolhimento das pessoas, não mais é utilizada a função de seguranças armados, e sim de agentes de portaria, que atuam também como orientadores dos usuários acerca dos acessos, serviços e demais informações necessárias.

Acerca do fato ocorrido no HRPPN – Hospital Regional Público de Porto Nacional, esclarecemos que o agressor entrou no hospital ferido, e como paciente, foi encaminhado para o Pronto-Socorro, aonde veio a cometer o homicídio. Não houve negligência por parte de nossos agentes de portaria, que inclusive contiveram o criminoso logo após o fato até a chegada da Polícia Militar.

Lembramos ainda que o ocorrido independe da presença ou não de segurança: foi um crime de vingança que poderia ocorrer em qualquer recinto público. Informamos ainda que todas as atitudes necessárias foram adotadas inclusive com o atendimento psicológico aos colaboradores mais diretamente ligados aos fatos.

Sobre a agressão contra uma de nossas colaboradoras ressaltamos que a mesma está recebendo todo apoio e atendimento psicológico pelo ocorrido. Com relação aos procedimentos adotados para com nossos pacientes psiquiátricos, lembramos que estão de acordo com a vigência da legislação atual em saúde mental, busca-se a reintegração da pessoa com transtorno mental à sociedade, bem como oferecer tratamentos que os distancie das práticas manicomiais.

Portanto a contenção física deve ser realizada por equipes treinadas, com técnica adequada e em ambiente terapêutico. É importante atribuir o mesmo valor à contenção tal como as demais técnicas que são utilizadas no trabalho em saúde. As práticas atualmente em vigor nos hospitais gerenciados estão de acordo com a legislação vigente (inclusive a lei 10.216/2001 e outras) que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais.

Por fim gostaríamos de salientar que preocupados com o bem estar de nossos colaboradores, pacientes e acompanhantes, estamos aprimorando o monitoramento e a segurança dentro de todos os hospitais.

Palmas, 23 de abril de 2012”

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