A disputa pelas duas vagas que o Tocantins oferece a representantes do seu eleitorado no Senado este ano, certamente está mais emocionante do que a disputa eleitoral ao governo do Estado.
É o que se depreende das pesquisas internas dos grupos que se enfrentam em busca do eleitor, das conversas de bastidores e do jogo intrincado de apoios onde às vezes mais é menos.
Sem medo de errar, Vicentinho Alves - se as eleições fossem no próximo final de semana - seria eleito na primeira vaga. Sua capilaridade é indiscutível. Saiu na frente, ganhou fôlego com a desistência de Siqueira e tem além dos prefeitos e lideranças que o apoiaram no primeiro turno, a simpatia e o apoio de muitos que lhe deixaram na chapada no segundo turno da suplementar e estão com aquela dorzinha na consciência…
O volume de emendas liberada para os municípios fala alto e acaba que, com duas vagas, mesmo os prefeitos governistas não têm como lhe negar grupo e algum apoio nos municípios que se serviram muito desses recursos. Questão de lógica.
A complicação começa quando se observa que o segundo lugar, num primeiro momento, passou a ser de Irajá, que vinha atrás de Vicentinho, que estava atrás de Siqueira, mas…. mas…. entrou em campo um Eduardo Gomes.
Para quem gosta e faz política profissionalmente pelo interior do Estado, Gomes equivale a um craque no campo, se o assunto fosse futebol. Um prefeito me disse dia desses: “ele é muito agradável, tem a prosa boa, trata a gente bem. isso não é de hoje, mas sempre”.
Conclusão: Eduardo Gomes que virou quarto lugar no dia seguinte da desistência de Siqueira já é segundo, emparelhado com Irajá. Tecnicamente empatados numa das amostras que pude ver, de consulta interna.
Ocorre que existe ai uma vírgula. Um problema. Uma celeuma. Um enigma: o tal do segundo voto.
Gomes tem a preferência de uma parcela significativa do eleitorado que já decidiu o voto, para o segundo voto.
Quem saberá somar intenção de voto na primeira e na segunda vaga, sem medo de errar? Difícil equação. Uma conta que pode jogar o segundo em primeiro lugar.
O fato é que temos os três candidatos numa disputa acirrada que pode se embolar no primeiro voto e ser decidida no segundo.
Sem deixar de considerar que César Hallum e Paulo Mourão estão vivos na disputa, com poder também de surpreender, o quadro hoje favorece aos três primeiros.
Simplesmente por que se posicionam bem no primeiro e no segundo voto.
Uma verdade indiscutível na política, é que para ganhar eleição é preciso trabalhar grupo.
Gomes, que chegou para o lado de Carlesse nesse segundo “tempo”, ou seja, depois do tempo da suplementar, enfrentou desgaste interno e fogo amigo com o apoio que Ronaldo Dimas, seu maior capital político no grupo governista, seguiu na segunda vaga com Terciliano. Ou seja, com Irajá.
O antídoto ele conhece e tratou de reforçar nas suas bases, Halum como segundo voto.
Como se vê ainda há muita água para rolar por debaixo da ponte até o dia da eleição.
Os apoios acertados nas bases e a campanha na TV podem influenciar, mas o que vai decidir mesmo é o corpo a corpo e as convicções que estão bem guardadas dentro da cabeça do eleitor.
Decifra-me ou te devoro, já dizia a esfinge na antiga lenda.
Assim estão os senadores, diante do cenário, e do segundo voto.
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