Sem receber gratificações médicos suspendem cirurgias no HRG de Gurupi: paralisação é por tempo indeterminado

Nesta terça-feira, 5, o presidente em exercício da Simed, Hilton Soares da Mota, informou, que os médicos cirurgiões do Hospital Regional de Gurupi (HRG), formalizaram nesta segunda a paralisação por tempo indeterminado. Os plantões e as cirurgias ag...

Após o anúncio de suspensão das cirurgias no HGP de Palmas, os médicos do HRG de Gurupi também resolveram suspender os procedimentos cirúrgicos. De acordo com o  presidente em exercício do Sindicato dos Médicos do Tocantins (Simed), Hilton Soares da Mota, que falou ao Site Roberta Tum na manhã desta terça-feira, 5, os médicos cirurgiões do Hospital Regional de Gurupi (HRG), formalizaram a paralisação por tempo indeterminado nesta segunda-feira, 4.

Os plantões e as cirurgias agendadas já haviam sido suspensos no dia 1º. Os médicos, segundo informou Mota, querem além de melhores condições de trabalho, o pagamento da produtividade e dos serviços prestados no pronto-socorro. Os vencimentos, segundo informações, estão em atraso há cinco meses.

“O que está acontecendo em Gurupi pode ocorrer no Estado inteiro, pois até o Ronaldinho que joga bola parou porque o Flamengo não estava lhe pagando, e os médicos também precisam receber, ter melhores condições de trabalho. Há cinco meses a categoria está sem receber suas gratificações, a pasta já mudou de secretário quatro vezes, mas a situação nos hospitais continua a mesma, são lâmpadas queimadas, aparelhos sem manutenção e problemas na estrutura, por isso resolvemos paralisar nossas atividades”, informou.

Prejuízos e preocupação

Questionado sobre os prejuízos que a paralisação trará à comunidade, o presidente declarou, que existe sim, uma preocupação em relação a comunidade, mas que a paralisação é necessária para que os direitos dos profissionais sejam garantidos. “Nossa preocupação é grande em relação aos pacientes, pois sabemos que uma cirurgia custa caro e nem todo mundo tem condições de pagar. Agora mesmo eu estou com uma paciente aqui na minha frente que se ela estivesse esperado pelo serviço público tinha perdido um dos rins. Então eu lhe digo que a preocupação do Simed é a mesma da imprensa, que deseja o bem da sociedade, mas essa paralisação é necessária, pois não tem como trabalhar sem receber”, declarou.

Ligação do Subsecretário

Sobre o processo de negociação entre a Sesau e o Simed, Mota informou que, na manhã desta terça-feira, 6, o subsecretário ligou para ele pedindo que os profissionais voltassem a suas atividades, mas não apresentou proposta. “O subsecretário me ligou agora a pouco solicitando ajuda para convencer os médicos a voltarem ao trabalho, mas eu falei pra ele que a maneira mais fácil é pagar os vencimentos dos profissionais, porque assinar documentos prometendo mudanças, todos os secretários anteriores fizeram isso e agora está acontecendo a mesma coisa. Eles pediram pra gente aguardar duas semanas, nós aguardamos, mas eles não pagaram”, questionou.

Sobre sua relação com o secretário de Estado da Saúde, Nicolau Esteves, Mota informou que não tem nada contra, mas que providências precisam ser tomadas. “Minha relação como ele é boa, não tenho nada contra, até porque acredito que assim como ele quer o bem da sociedade, nós do Simed também queremos, mas se existe um problema de gestão nós não vamos esconder e deixar de falar. O problema é que quando um secretário começa a entender como a pasta funciona, ele sai e entra outro e um secretário precisa entender as reais dificuldades que a pasta enfrenta”, finalizou.

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