A deputada estadual Luana Ribeiro (PR) usou a Tribuna da Assembléia Legislativa (AL) nesta terça-feira, 7, dia do jornalista, para cobrar do governo supostas dívidas que o Palácio Araguaia teria com as empresas de comunicação do Estado. A sessão solene em homenagem ao dia do jornalista transformou-se em mais uma disputa entre governistas e oposicionistas.
Luana leu, da Tribuna, uma carta da Associação das Pequenas Empresas de Comunicação do Estado do Tocantins (Aspectins) na qual o grupo chama o governo do Estado de “maior caloteiro do mercado publicitário” e diz que o dia do jornalista “é um dia de luto” para a imprensa do Tocantins. Diante dos jornalistas que acompanhavam a sessão e do secretário estadual de Comunicação, Sebastião Vieira de Melo, Luana cobrou as supostas dívidas do governo.
O deputado Junior Coimbra (PMDB), que presidia a sessão, interrompeu Luana por duas vezes. Ele alegou que o tempo da parlamentar havia se esgotado, porém, a utista continuou seu discurso e leu a carta dos empresários até a última linha. Ao final disse que aquela era sua homenagem aos jornalistas e à imprensa que estariam em dificuldades.
Resposta
Depois que Luana deixou a Tribuna, Coimbra concedeu a palavra à líder do governo, Josi Nunes (PMDB), porém, apelou para que ela não respondesse de imediato aos ataques dos empresários e de Luana. Segundo o presidente, a sessão solene de homenagem ao dia do jornalista não seria o espaço adequado para se travar o debate.
Josi concordou, mas prometeu responder na sessão extraordinária que ocorrerá na tarde desta terça-feira. Alguns deputados governistas se irritaram com o discurso da utista. Porém, nenhum revidou utilizando os microfones.
Motivo da sessão
A razão da homenagem, o Dia do Jornalista, também ficou grafada por discordâncias.
O primeiro a discursar foi o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado do Tocantins (Sindjor), Élcio Mendes, ele citou o julgamento – em realização – no Supremo Tribunal Federal (STF) que trata da obrigatoriedade ou não de diploma para se exercer a profissão de jornalista.
Mendes defendeu a exigência do diploma, porém, afirmou que os profissionais que já atuam e que não tem curso superior na área sejam mantidos. Os dois homenageados na sessão solene, Otávio Barros e Waldir Braga, são jornalistas sem diploma.
Waldir Braga, ao discursar, atacou a exigência do diploma e defendeu que qualquer cidadão pode ser jornalista. Ao fechar a sessão, de forma diplomática, Junior Coimbra discordou de Braga. O deputado defendeu a exigência do diploma e aconselhou aos não formados que procurem a Universidade.
Tanto Braga quanto Barros receberam o título de cidadão tocantinense durante a sessão solene.
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