Para quem já não acreditava mais em nenhuma atitude do governo quanto à redução da tarifa - promessa de campanha do governador em 2010 – a reação instantânea e bem sucedida contra o anúncio do aumento da tarifa de energia no Estado foi literalmente um choque.
A bandeira da redução, que Siqueira empunhou quando candidato, tinha parado nas mãos da oposição. Mais especialmente do deputado federal César Hallum, que tem mexido no assunto em instâncias superiores desde que começou a percorrer com mais jogo de cintura os corredores do poder em Brasília.
Com a Assembléia Legislativa operando uma CPI e os movimentos populares anunciando movimento para esta quinta-feira na porta da Celtins - concessionária da qual o governo deteria 49% das ações - Siqueira foi lá na virada da noite e derrubou o aumento.
Na Justiça. Via de medida liminar. Mas com uma rapidez e presteza de dar gosto.
De fato. Do ofício protocolar à presidente Dilma avisando que o aumento é inaceitável ao anúncio nesta manhã de que a liminar foi concedida o intervalo foi um pulo.
Mas existem pendências mais graves a serem resolvidas para que ao invés de suspender um aumento, o Estado consiga fazer baixar a tarifa. Coisa que ainda não aconteceu.
Nos bastidores, a informação é de que após a intervenção sofrida pela empresa, o governo estuda outros caminhos. Um deles seria retomar o controle societário da empresa. Como em qualquer contrato, uma vez colocada à venda, a preferência de compra é do sócio.
No caso, o povo do Tocantins, que paga uma conta alta, embora de fato já arque com o ônus dos impactos causados pelas hidrelétricas. Estas cuja produção nos consumimos 10% e exportamos 90%. Sem direito a recolher ICMS.
O ato desta noite vem cercado de simbolismo. Como brincou um correligionário de Siqueira comentando o caso conosco nesta manhã, o momento reflete a voz das ruas. Elas tiveram o dom de despertam também outro gigante: o governador.
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