O governo zombou da inteligência da população mais uma vez no recuo anunciado ontem, para retirar a famigerada Medida Provisória que aplicou um aumento irreal às taxas cartorárias e que ia para votação a toque de caixa, com folgada maioria governista na Assembléia.
Se sua apresentação foi um disparate e a forma como tramitou, acintosa, a vitória que setores organizados conquistaram com pressão e articulação política é atribuída pelo mesmo governo que protagonizou o acinte, ao seu pré-candidato a sucessão do governador, seu filho, ex-secretário Eduardo Siqueira Campos.
Não é a primeira vez que diante de uma bobagem ou de uma aberração anunciada, o governo recua. E tenta entregar os louros de um súbito ataque de sensatez a interveniência do pré-candidato do Palácio.
São métodos assombrosos os que se assiste. A maioria na Assembléia pouco se preocupa com o ridículo dos seus atos: a imposição da vontade acima do regimento e acima do razoável para o distinto público pagador de impostos. Está mais preocupada em consolidar sua cota de poder, por fazer parte de um status de poder cada vez mais desgastado. E podem estes deputados, ainda serem reeleitos, por ignorância de suas bases, boa parte delas distante demais do que se passa aqui.
O método que adota o governo é o “vamos errar de propósito” para dar a chance a um super herói de corrigir. Será que imaginam os marqueteiros de ouro que esta tática funciona? É assombroso o pouco caso que fazem da nossa inteligência.
Num discurso enfático cujos melhores trechos publicamos aqui( Freire Jr. diz que MP dos Cartórios caducou e pede extinção de matéria), o deputado expôs a vergonha em toda sua extensão: A Casa ia votando uma MP vencida, ao arrepio de tudo que preconiza a lei.
O recuo não é um presente que cai dos céus. Era obrigatório. Só não era obrigatório passar o recibo de tentar fazer disso um trunfo político eleitoral.
Eh Tocantins! A que ponto chegamos...
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