A sucessão em Palmas este ano promete ser bem movimentada. Vamos ver se cumpre.
Pré-candidatos parecem brotar do chão, das árvores, caem do céu e de toda parte… rs.
Brincadeiras à parte, todos têm seus motivos - pena que alguns mais pessoais do que coletivos - para entrar na disputa contra Carlos Amastha(PSB).
Este, já esteve pior em índice de popularidade, mas ontem foi às redes registrar (faz pesquisas semanais) que seu conceito junto ao cidadão palmense melhorou.
Na avaliação do próprio prefeito, seus índices caíram após as demissões e cortes que teve que fazer o ano passado. E melhoram agora diante da crise nacional e estadual, por que as pessoas percebem que as medidas duras que tomou foram “lição de casa” e fizeram com que Palmas hoje possa estar apta a receber investimentos.
De fato Amastha tem acelerado uma agenda de visita a obras em andamento pela cidade. Corre para suprir o atraso em divulgar de forma contínua e contundente o que fez e está fazendo. Foge da pecha de ser apenas um gerente de jardins, que “tocou as obras de Raul”. Tem razão em fazer isso já que os praticamente 40 dias de campanha na TV, previstos para começar na segunda quinzena de agosto, serão insuficientes para esta discussão.
A discussão sobre se Amastha fica ou se Amastha sai, já está nas ruas.
Entre os que não gostam do estilo do prefeito gerir a cidade, a crítica que mais se escuta é que ele encareceu a vida na cidade, para muitas categorias, para muita gente, independente de classe social. “Foi voraz”, me disse um profissional liberal esta semana, após me pedir opinião sobre o processo eleitoral, que de fato, já está em curso. Mesmo que com as limitações da lei.
A dúvida dos insatisfeitos é: quem colocar no lugar do prefeito de ações tão polêmicas e controvertidas. Não serve qualquer um.
Ataídes abandona aliança e coloca nome
O senador Ataídes de Oliveira, presidente do PSDB regional, é um exemplo de insatisfeito, que poderia estar com Amastha, acenou que estaria e ontem lançou seu nome numa pré-candidatura. Se é para valer, ou não, o tempo dirá. Me lembro das declarações mútuas de amor num evento recente, no Hotel Pousada dos Girassóis, quando anunciaram que estariam juntos nesta eleição: PSB e PSDB. Parece que não mais...
Nos bastidores o que se sabe é que o senador queria nota pública do prefeito informando que a vice é do PSDB. A nota não veio. Do contrário: vieram quatro nomes do staff imediato de Amastha com potencial para disputar a cabeça de chapa ou a vice.
Nas rodas mais próximas de Amastha o que circula é que Alan Barbiero seria o “Plano B”, caso a rejeição do titular não baixasse. Danilo de Melo tem bom perfil para prefeito ou vice, foi deslocado para o PC do B. Germana e Eliane, as duas mulheres que se desligaram, também gozam da confiança do prefeito. Podem ser alternativa para vice na sua chapa.
Digo sua, por que estou convencida mais do que nunca de que Amastha vai à luta pela reeleição. Ao negar a Ataídes a prerrogativa de indicar o vice que quisesse, lá atrás, quando numa reunião o senador tentou impor o nome do advogado Juvenal Klayber (presidente do PSDB Metropolitano), Amastha fez uma escolha. Vai conviver com ela nos próximos meses.
Além de Ataídes, outro insatisfeito do núcleo dos ex-companheiros do prefeito é o deputado Wanderley Barbosa, que responde ação na justiça por diversas acusações que fez ao prefeito, na tribuna, repercutidas fora dela. Embora tenha imunidade parlamentar, há uma discussão jurídica sobre o que extrapolaria ou não os limites desta imunidade. É onde o advogado Leandro Manzano se escora na ação que visa responsabilizar Barbosa. Este apregoa no Taquaruçu e imediações que é pré-candidato a prefeito, para valer. Embora quem o conhece de perto sustente que é estratégia para negociar apoio para a candidatura do filho a vereador.
É claro que a sucessão e a briga por ela tem outros personagens, que vão dando seu tom e assumindo discursos diferenciados ao longo das últimas semanas. Buscando fazer um trabalho de base estão Cláudia Lelis, Luana Ribeiro, Fabiano do Vale. Cada um focando um público e uma estratégia diferentes. Mas o assunto hoje são os insatisfeitos, os que de alguma forma estiveram juntos ou próximos do prefeito e se distanciaram dele...
O certo até agora é que a sucessão em Palmas é uma eleição em aberto, mas que suscita uma preocupação evidente: não permitir que a cidade retroceda naquilo que ela avançou.
Mesmo com os desgastes sofridos, quem quiser se apresentar como alternativa viável a Amastha precisará deixar claro a que vem e que condições terá de governar.
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