TCE analisa recursos de Wanderlei contra contas rejeitadas

Dois acórdãos, datados de outubro do ano passado tiveram sentenças desfavoráveis ao presidente da Câmara Municipal de Palmas, vereador Wanderlei Barbosa Castro (PSB), cujas contas como gestor da Casa no período de 2003 e 2004 foram julgadas irregular...

A troca de acusações, pela imprensa e através da tribuna da Câmara Municipal, entre o vereador Carlos Braga (PMDB), ex-presidente da Casa, e o atual presidente, vereador Wanderlei Barbosa (PDT) pode ganhar um novo capítulo esta semana com a manifestação por parte de Barbosa de que pretende “abrir a caixa preta da Câmara”, na sessão de amanhã, terça-feira, 5. O pagamento de indenizações devidas aos ex-funcionários exonerados por Braga em 31 de dezembro, no fim da legislatura passada, é o estopim da crise entre os dois parlamentares.

Além da dívida com os ex-funcionários, uma fatura de pouco mais de R$ 47 mil apresentada pela Unimed à presidência, relativa à resíduos devidos da gestão anterior provocou a manifestação de Barbosa na semana passada, que da tribuna anunciou a intenção de “promover uma palestra sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal”, na Casa. Sua fala, logo após a de Braga, acabou chamando a atenção sobre as próprias contas do presidente, rejeitadas em votação do TCE em 21 de outubro de 2008.

Da folha a verba indenizatória

“Estas contas estão em fase de análise de recurso, não foram julgadas em definitivo”, defendeu-se Barbosa ao ser questionado a cerca do cumprimento, de sua parte, da Lei de Responsabilidade Fiscal. O primeiro item apontado nos dois acórdãos, 489/08 e 490/08, é referente a gastos com folha de pagamento na ordem de 84, 47% num ano e 74,08% em outro. “Nós vamos provar ao tribunal que esta conta está errada. Tudo depende da maneira como se vê. Foram incluídos nesta soma, indenizações, direitos trabalhistas, que não é folha de pagamento. Eu sempre me ative aos 65%”, argumenta o presidente.

Outro aspecto apontado como irregularidade pelo relator Herbert Carvalho, é uma dívida flutuante de R$ 499.460,65, que aparece nos dois balancetes. “Esta dívida vem da época da Maria da Balsa. Eu estou respondendo por ela, e ele também vai responder”, disse Barbosa, referindo-se ao ex-presidente Carlos Braga.

Quanto ao questionamento do tribunal sobre pagamento de verbas indenizatórias contrariando o artigo 39 da Constituição Federal, o presidente admitiu que estas verbas não têm ainda regulamentação pelo parlamento sobre sua prestação de contas. “Como não é feita a prestação de contas, eles consideram como (complementação de) salário, o que torna irregular o pagamento, mas isto não acontece só na Câmara Municipal de Palmas, é um problema comum à várias câmaras. Só agora, por exemplo, a Assembléia Legislativa regulamentou o pagamento de sua verba indenizatória. Nós deveremos seguir o mesmo caminho”, disse.

Caixa Preta

O questionamento sobre as contas rejeitadas em grau de recurso provocou a reação do presidente da Casa a cerca da gestão anterior. “Se nós formos partir por aí, é simples, eu abro a caixa preta da Câmara Municipal. Vamos olhar por exemplo, despesas pagas por eventos que não aconteceram, entre outras coisas”, disparou. Barbosa se refere a uma suposta festa que teria ocorrido em dezembro do ano passado para vereadores e servidores, para a qual ele, e demais vereadores da base do prefeito não foram convidados. A Câmara Municipal teria pago a uma empresa por serviços de buffet cerca de R$ 16 mil.

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