Com a discussão em torno da privatização de empresas concessionárias de energia elétrica e água, Celtins e Saneatins se desdobrando no imbróglio da legalização fundiária de áreas irregulares na Capital, a Feci Engenharia LTDA foi uma dos assuntos mais polêmicos debatidos pelos vereadores durante a sessão desta quarta-feira, 03, na Câmara Municipal.
A empresa que adquiriu uma área de 92 hectares pelo valor de R$ 30 mil teria ligação direta com o ex-governador Marcelo Miranda (PMDB) e também está vinculada a várias licitações que resultaram em obras executadas em todo o Tocantins durante a gestão de Miranda.
O terreno, motivo de discussão na Casa de Leis, está localizado as margens direitas da Avenida Tocantins em Taquaralto, setor com grande fluxo comercial no município, e que possui o segundo m² mais caro de Palmas.
Preço irrisório
“Não podemos dizer que estes hectares foram comprados, porque pagar apenas R$ 30 mil em um pedaço de terra desta amplitude não pode ser considerado compra e sim doação. Está claro que houve jogo político nesta história”, declarou o líder do governo na Câmara, o vereador Milton Neris (PT).
Na opinião de Wanderlei Barbosa (PSB) o maior problema não chega a ser o irrisório valor pago pela empresa, mas o que ela pretende fazer com a área, já que de acordo com ele não há interesse da Feci em desenvolver nenhum projeto social no espaço e sim, a transformação do espaço em sede da empresa.
“Sabemos que o valor de um lote de tamanho regular neste setor ultrapassa e muito o valor de R$ 30 mil, o que deixa claro que uma área de 92 hectares não pode ser vendida a esse preço”, diz Wanderlei.
Acordo
Para os parlamentares governistas a solução encontrada para o caso seria o pedido de imediata desapropriação do terreno por parte da Feci Engenharia, providência que já foi tomada pela Casa, ao aprovar na última terça-feira um requerimento com esse propósito e que recebeu a apoio unânime dos vereadores.
“Se eles não vão fazer o loteamento, se não vai haver nenhum projeto que beneficie a comunidade, então o mais certo a fazer é desapropriar o espaço o mais rápido possível”, indica Milton Neris.
Porém, ao que parece, mesmo com a aprovação do requerimento o assunto está longe de ser esquecido. Pelo menos por enquanto.
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