Tocha não chega ao Taquari e expõe fratura nas relações entre Paço e Palácio

Fontes oficiais e extra-oficiais contam sua versão sobre a mudança na rota da Tocha Olímpica, que tanto causou nas redes sociais no final de semana... Ela expôs a relação deteriorada

Populares foram às ruas assistir
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A rotina de um sábado de sol em Palmas, pleno verão atípico do começo de junho, foi alterada ontem, sábado, 11, pela passagem da tocha Olímpica pelas ruas da Capital. O palmense, ávido por esporte e novidade, cheio de orgulho por fazer parte de um circuito nacional, ocupou rotatórias e avenidas, para ver a tocha, para carregá-la, para fotografar o movimento. Coisa de linda de se ver, o espírito esportivo e de grupo.

 

O clima no entanto azedou cedo para quem estava no Taquari esperando pela Tocha Olímpica. Quem acompanha o noticiário da cidade pelas redes sociais foi surpreendido pelo desabafo do prefeito Carlos Amastha, revoltado com a decisão que o Comitê Olímpico assumiu para si, de cancelar a passagem da tocha pelo Taquari.

 

Por tudo que li e ouvi ontem, fiquei convencida de que a decisão foi tomada sim, porque as forças de segurança locais: PM e Civil consideraram o local perigoso, em virtude da possibilidade de manifestação de moradores da Capadócia -  área invadida nas proximidades, onde houve queima de pneus durante a semana - e informaram esta posição aos coordenadores do evento.

 

Fontes oficiais e não oficiais deram a sua versão.

 

Resumindo: às 6hs da manhã, aproximadamente, cancelaram a passagem da tocha no Taquari, alegando motivos de segurança. A prefeitura correu atrás de mandar averiguar qual era o problema, e com seus representantes convencidos de que não haveria problema (uma reunião foi marcada com os líderes do movimento para segunda) tentaram reverter a decisão.

 

Às 9h30, a posição do coordenador de Segurança da passagem da Tocha por Palmas era favorável a que ela fosse ao Taquari, informou uma fonte que acompanhou a discussão interna ao T1 Noticias.

 

Ao meio dia, mudança de posição. Os dois representantes do Estado, Tenente Coronel Wander e delegado Girotto, posicionaram-se contra. 

 

O que se viu em seguida foi um “esculacho” público do prefeito ao governo, notas à imprensa de lado a lado e tentativa de empurrar a responsabilidade por excluir o Taquari da rota. O Comitê assumiu oficialmente, eximindo o Estado de desgaste. Inútil. O desgaste é dos dois lados.

 

Do governo, por que assume mais uma vez, nas entrelinhas, a capacidade de garantir segurança, durante o dia, num evento nacional que passa pela capital. é vergonhoso. Não tem outro nome.

 

Do prefeito Carlos Amastha, por que na passionalidade que lhe é peculiar, retirou sob o efeito da raiva, a equipe do município que também tinha assumido a responsabilidade de garantir a segurança do evento em Palmas.

 

Para sorte dos dois, deu tudo certo. O fogo da Tocha apagou uma vez durante o percursso, por causa do vento e da chuvinha que caiu na capital. Mas a chama do espírito esportivo permaneceu acesa.

 

O que se viu em torno do entrevero, foi o acirramento das diferenças político partidárias entre os dois comandos: do Paço e do Palácio. é uma relação completamente deteriorada a do prefeito Carlos Amastha com o governador Marcelo Miranda.

 

Na enxurrada de críticas de Amastha veio tudo: desde a chamada à responsabilidade pela falta de segurança, às dívidas na Saúde que o prefeito não se conforma em receber em parcelas. Na resposta do governo, a classificação do prefeito como alguém de temperamento instável, que tentou jogar a responsabilidade por algo que lhe diz respeito diretamente (discutir e resolver os problemas na Capadócia) para cima do Estado.

 

Quem perdeu mais? difícil saber. Nos grupos de WhatsApp, as opiniões se dividem.

 

O certo é que Palmas não precisava passar por esse papelão. Diferenças e divergências precisam ser melhor administradas.

 

Ficou foi feio. Pra todo mundo.

 

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