O concurso público que a prefeitura de Palmas anuncia para a Educação vem num momento interessante.
Terminou nas últimas semanas o embate entre sindicato e gestão em torno de várias questões. Pode ser o começo de uma fase mais tranquila de convivência entre a categoria dos educadores e pessoal da área administrativa e o governo Amastha, que desde os primeiros meses tem enfrentado críticas na área.
Primeiro, em torno da diferença entre a expectativa de aumento e o aumento real concedido à categoria. Por outro lado a gestão atual coloca na ponta do lápis o fato de que além do aumento possível está pagando progressões acumuladas na gestão do ex-prefeito Raul Filho nos últimos anos.
Segundo Adir Gentil, que era do Planejamento e acompanhou a evolução dos números, a folha de pagamento da Educação saltou de R$ 7, 5 milhões para R$ 11 milhões. “Até o final do ano teremos investido muito mais do que os 25% constitucionais”, informou dia destes em entrevista ao T1.
Mudança de prática
O que me chamou a atenção no anúncio das 697 vagas é que além delas a prefeitura abre um cadastro reserva de mais de 2 mil vagas. E não se trata só de vagas para professores.
O cadastro reserva é um golpe numa das práticas mais antigas vigentes não só no município de Palmas, como de resto no interior do Estado: os contratinhos.
Imaginem o cenário. Uma vez que todas as vagas sejam preenchidas, o cadastro reserva estará lá para impedir que as nomeações e cotinhas perdurem como uma prática que por si só é capaz de desequilibrar o jogo político eleitoral. Quanto mais aliados conseguem firmar domínios nos quadros de indicação – e a Educação tem sido campo fértil para tanto - mais complicado é estabelecer critérios de qualidade e independência nas escolas.
Mais do que as vagas anunciadas, a gestão do prefeito Amastha toma uma iniciativa em que seu discurso do novo se encaixa perfeitamente com a prática adotada.
Já não era sem tempo.
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