Uma crise em gestação no indicativo de greve da Educação em Palmas

Semana passada o debate em torno da falta de autonomia para a pasta da Educação comandada pela professora Berenice Barbosa tomou conta da Câmara Municipal de Palmas, e das redes sociais.

Secretária Berenice Barbosa
Descrição: Secretária Berenice Barbosa Crédito: Da Web

 

Os ecos que foram bater nos dois espaços, físico e virtual, saíram direto das escolas, onde já vai enorme a insatisfação com medidas recentes da gestão do prefeito Carlos Amastha, que não são, até onde se sabe, fruto do entendimento da secretaria da pasta sobre como resolver os problemas.

 

Um exemplo são as mudanças nas cargas horárias de guardas para instalação de câmeras de segurança que ainda não vieram.

 

Outro são as 8 horas. Uma determinação que visa evitar novas contratações, mas que na prática não dá os resultados esperados e cria outros problemas. Nos bastidores, a secretária é contra, e chegou a se manifestar assim diante dos professores e servidores administrativos em algumas escolas.

 

Quem está na rotina diária das escolas, especialmente as de tempo integral sabe bem o quanto cumprir 8 horas é estafante. E não funciona fazer a pausa obrigatória por lei de duas horas para os servidores, justamente na hora em que o almoço é servido para os estudantes do tempo integral. E todos, de merendeiras a servidores do administrativo e professores, se revezam para “dar conta do recado” de ter centenas de estudantes ao mesmo tempo nos refeitórios e pátios.

 

Na tribuna da Câmara semana passada o oposicionista Lúcio Campelo foi ao ponto: “como vai ficar o descanso obrigatório de quem tem que dar as 8hs?” Outros vereadores usaram a palavra, e Marilon Barbosa, numa interferência discreta, terminou ratificando as críticas e dizendo – diplomático - que confia que a gestão saberá resolvê-las.

 

Mas a questão não é só esta como mostra o manifesto distribuído por professores e funcionários da ETI Caroline Campelo, no protesto na Avenida Tocantins, publicado aqui.

 

Há bem mais coisas no ar, além de aviões de carreira....

 

Atrito com Adir e o Áquila

 

Polida, tranquila, a professora Berenice me atendeu dia destes para falar de uma movimentação que seria feita na Caroline Campelo. A secretaria Geral da escola, por determinação não se sabe bem de quem, seria remanejada para a sala de aula.

 

Nos bastidores, diz-se claramente que devolver à salas de aulas todos os que estão fora dela, é a solução encontrada pelo secretario de Planejamento Adir Gentil e o Instituto Áquila para evitar novas contratações. Lá, o diretor não aceita a mudança. E não quer na secretaria geral um servidor administrativo que não compreende a complexidade do funcionamento da secretaria geral. Por isso teria colocado o cargo a disposição. A escola não é fácil de ser administrada, e encontrar diretor para ela não é tarefa simples.

 

A secretaria me disse na ocasião que não havia efetivado a mudança da servidora e ainda aguardava (até aquele dia) o relatório do Instituto Áquila para então discutir as sugestões a avaliar ser eram factíveis ou não.

 

Reunião para entregar o cargo

 

Indicada na cota do deputado Wanderlei Barbosa e respaldada pelo apoio do irmão vereador Marilon Barbosa, a secretaria não estaria satisfeita com o rumo que a coisa toda vai tomando.

 

Servidora de carreira da pasta e muito ciosa em não praticar atos que possam ser questionados pelo Tribunal de Contas do Estado, ela estaria travando nos bastidores uma queda de braço com ninguém menos que o super secretário da cota pessoal do refeito Amastha,  Adir Gentil.

 

Segundo fontes ligadas ao Paço, enquanto o secretario de Planejamento tem uma visão de como gastar o dinheiro da Educação ( com mais urgência em encontrar destino para os recursos disponíveis) a secretária teria outra (mais de acordo com a necessidade). Da impressão de agendas aos uniformes, para ficar num exemplo só.

 

Parêntese: os uniformes da rede pública, que não estão prontos até hoje. Em outros tempos, cada escola tinha a liberdade de contratar os seus de confecções mais próximas, dentro do recurso administrado pelos diretores.

 

A decisão de fazer milhares de uniformes de um fornecedor só pode até ser uma medida de economia, mas a licitação demora e os uniformes continuam fazendo falta na rede.

 

Pano rápido. Não é só isso.

 

Algumas reuniões já aconteceram entre Berenice, o vereador e o prefeito. A amigos, Marilon admitiu que já foram duas vezes a Amastha com intenção de entregar o cargo. Berenice tem história e não quer sair do comando da pasta queimada.

 

Entre a incumbência de fazer um bom trabalho com todas as interferências que existem e escapar das críticas que recebe quase que diariamente nas redes por receber as indicações políticas dos irmãos, a secretaria vai vivendo dias difíceis no comando da Educação.

 

Como resolverá esta equação, é uma incógnita.

 

Boa vontade e conhecimento da área que administra Berenice tem. Resta saber ser serão ingredientes suficientes para debelar a crise em gestação que já se torna perceptível das escolas ao Paço.

 

(Atualizada com correções às 9h53)

 

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