Vai começar a chatice da campanha antecipada: pouca gente quer saber dela…

Ano eleitoral faz surgir factóides e subir o tom de ataques entre adversários. O problema é que a campanha antecipada é uma chatice sem fim. Ninguém quer saber dela a não ser quem já tomou partido...

Político é uma espécie de gente engraçada de se ver. E acompanhar. Costumam achar que o mundo gira ao seu redor. Dos seus pronunciamentos. Do que ele pode fazer pelos seus eleitores, seguidores. O mundo dos que vivem e respiram política na verdade é bem restrito. Mais do que muita gente pensa.

 

Ouvindo um publicitário amigo meu - que foi embora do Tocantins para São Paulo e montou um método revolucionário de buscar descobrir o que as pessoas estão desejando muito mais do que pensando e expressando conscientemente - expunha numa conversa que tivemos há alguns dias, alguns dados interessantes.

 

Por exemplo, pesquisas comprovam que 30% da população ativa se interessa por política. Por saber que decisões estão sendo tomadas pelos políticos. Sobre quem votou o quê. A não ser quando se trata de prejuízo para o bolso do cidadão. Como recente aumento da carga tributária no Estado.

 

No Tocantins dá para entender que estes 30% sejam compostos por servidores públicos, seus familiares, e no interior pelo grupo que sobrevive em torno de prefeitos, vereadores, deputados. Vive de salários, ou de benefícios que chegam através da rede que a política cria, os braços institucionais dos governos.

 

A maioria do eleitorado, pasmem, na casa dos 75% não se lembra em quem votou no pleito passado. A memória é mais viva para cargos executivos. No caso de parlamentares (deputados, vereadores, senadores), o esquecimento é maior e num tempo mais curto. Mais de 50% não se lembra, meia hora depois de ter votado. 

 

E por que estou entrando neste assunto?

 

Justamente por que a campanha antecipada já começou, meses antes da definição dos candidatos e da corrida eleitoral de fato começar.

 

A pauta da Câmara de Palmas hoje, terça-feira, já mostra a preocupação de muitos parlamentares em marcar de que lado estão. E partir para o ataque contra os adversários.

 

O tempo que se perde nesta discussão é grande demais. Ainda mais considerando que no Brasil ainda temos eleições ano sim, ano não.

 

O fato, amigos, é que bem pouca gente está interessada neste lenga lenga.

 

A política já foi menos rasa e mais interessante. Os discursos já foram mais ricos em conteúdo de interesse social. A troca de farpas ficou agressiva demais, afastando leitores e ouvintes. Nas redes sociais, terreno pouco fiscalizado até então, ficou facil denegrir, atacar, injuriar. A legislação para esta eleição ficou mais rígida. Vamos ver se funciona...

 

O maior desafio dos candidatos a qualquer coisa este ano, vai ser atingir os 70% do eleitorado que não está nem aí para a política e para os políticos. O universo dos 30% já está comprometido com favores, ligações de parentesco e outros vínculos.

 

Chegar neste cidadão que só quer mesmo é saber das questões práticas da sua vida, é o desafio. Com o discurso de sempre, as práticas de sempre, o jeito de sempre, não tenham a menor dúvida: ninguém chegará.

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