Quem assistiu à sessão da Câmara Municipal de Palmas na manhã de hoje, terça-feira, 31, pode acompanhar de perto um debate acirrado, em que os vereadores subiram o tom de voz e adotaram um tom agressivo ao discutir denúncia apresentada pelo vereador Fernando Rezende(DEM) de má gestão na Secretaria de Desenvolvimento e Ação Social. “Nossos gabinetes estão lotados por falta de ação social, e a responsabilidade é do município e do Estado”, disparou Rezende, em resposta ao presidente Wanderlei Barbosa (PSB), que havia feito um aparte.
“Está faltando fraldas geriátricas, leite infantil para quem comprova que tem a necessidade mas não tem como pagar, falta passagens, cestas básicas emergenciais”, acusou o vereador democrata. Na leitura de um texto que afirmou ter chegado ao seu gabinete, Rezende disse que a secretária não tem comparecido com regularidade ao trabalho, numa referência direta à titular da pasta, Maria Helena Brito Miranda.
Reação imediata
As acusações feitas da tribuna pelo vereador de oposição tiveram reação imediata da bancada do prefeito. “O senhor está trazendo uma situação grave. O CRAs realmente é a referência no atendimento às pessoas carentes no nosso município, mas eu quero propor que a gente procure o entendimento. Nesta crise pela qual está passando o município, que sentem as duas secretárias, de Estado e do Município, para que o governo faça um convênio na área social com a prefeitura”, argumentou o líder da bancada, vereador Bismarque do Movimento.
A intervenção mais forte foi no entanto do vereador Wanderlei Barbosa, que subiu o tom de voz e criticou Rezende: “Não é com gritos que vamos resolver os problemas aqui”. Barbosa desqualificou a denúncia dizendo que “não se sabe de onde provém, nem se é verdadeira”. A atuação da Setas foi inserida no debate entre os dois, durante o aparte: “o Estado também tem responsabilidade vereador. É muito fácil. O governo só faz obras em Palmas com recurso federal, mas não ajuda o município”.
O vereador José do Lago Folha Filho (PTN) fez a defesa da secretária Maria Helena Brito Miranda, lembrando que esteve com ela recentemente e que o problema da pasta municipal é de reposição dos estoques, que demora, devido aos trâmites e prazos do processo licitatório. A discussão prosseguiu com interferência dos vereadores Lúcio Campelo , Milton Néris e Divina Márcia.
Cavalcante
O vice-presidente da Casa, vereador Cavalcante, também se manifestou sobre o assunto, da tribuna, estranhando a reação acirrada sempre que se cobra algo do executivo. "Fiquei alí ouvindo o vereador Fernando Rezende falar e pensando. O que seria da Polícia Federal se não fossem as denúncias anônimas, que tanto tem ajudado nossa justiça a trabalhar?", afirmou. Ele defendeu a formação de uma comissão de vereadores para averiguar a questão social em Palmas. "Não adianta o vereador chegar no HGP e pedir informações, por que não entra. Não adianta chegar num posto de saúde, por que não consegue. O vereador tem que ter o poder de fiscalizar", finalizou.
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