Volume nas ruas e esperança de virada marcam fim da campanha de Sandoval

Campanha governista ganha onda positiva na reta final, com carreata enorme em Palmas e volume nas ruas no interior do Estado. Eleitor escolherá entre Sandoval e Miranda neste domingo...

Sandoval, Gomes e Agnolin: decisão é do eleitor
Descrição: Sandoval, Gomes e Agnolin: decisão é do eleitor Crédito: Bonifácio/T1Notícias

Uma demonstração de força e exuberância da campanha governista. Foi o que se viu em Palmas no dia que marcou o encerramento da movimentação de Sandoval Cardoso, com carreata e comício.

 

A carreata atravessou a cidade por mais de duas horas, desde a sua saída, até o destino final, em Taquaralto, avenida Tocantins, no mesmo local em que Miranda e seus aliados fizeram o comício de encerramento no dia anterior. O comício dos governistas foi prejudicado pela chuva que desabou sobre a região Sul, permitindo apenas um discurso rápido a Sandoval, em que ele pediu: "me ajudem! Quero a oportunidade de governar este gigante que é o Tocantins".

 

Em tudo, a coligação “A Mudança que a gente vê”, buscou deixar clara sua superioridade ao eleitor: no discurso maniqueísta que situou seu candidato como ficha limpa, jovem e liderança de futuro em contraponto ao seu maior opositor, seja no volume da campanha nas ruas (aliados falam em 5 mil carros na quinta-feira, fim de tarde) ou no tamanho do palanque.

 

Uma verdade indiscutível: Sandoval Cardoso chega ao final de sua campanha maior do que chegou ao governo, pela via indireta, numa manobra para limpar da pauta a agenda negativa do governo Siqueira e tentar eleger dentro do grupo, um sucessor.

 

Entre os trunfos do candidato governista (que antes da convenção eu já entendia como o melhor nome que o governo tinha naquele cenário) nesta reta final, está sem dúvida o fato de que seu discurso ganhou força, consistência.

 

Se para o eleitor Sandoval era um quase desconhecido, de quem se ouvia mais o pitoresco (a história da foto com a onça), agora já não é mais. Pelo menos nos maiores colégios eleitorais, onde os programas eleitorais de TV chegaram com força. Um trabalho tecnicamente bem feito, em que o marketing se apropriou nas imagens, do melhor que o Tocantins tem para mostrar e buscou ligar estes valores e o orgulho de ser tocantinense à figura do governador e sua juventude. 

 

Ao longo da campanha, como também antecipamos aqui várias vezes, um fator preponderante prejudicou Sandoval na missão de mostrar-se o novo, o futuro: a bagagem que carregou dos erros do grupo num passado bem recente. Carregou na própria chapa majoritária.

 

Começando uma campanha propositiva em tudo que foi concebido para apresentá-lo ao eleitor, não conseguiu desvencilhar-se da imagem pesada do governo que sucedeu para completar o mandato. E não conseguiu apropriar-se dos bônus daquilo que Siqueira sempre representou no imaginário do eleitor.

 

Siqueira, até seus inimigos sabem, sempre foi duro, mas fazia acontecer. Acreditando nisto, muitos aliados permaneceram com ele até o final, minimizando as falhas, especialmente neste último governo. E onde estão muitos dos mais leais siqueiristas? Acompanhando Kátia e Marcelo. E isso se deveu à negação que Sandoval fez do antecessor, guiado pela tentativa de encarnar o novo.

 

Pode até ser que consiga. De uma próxima vez.

 

Por hora, a resposta que o governador - eleito deputado, e feito governador pela via indireta pelos colegas deputados - vai encarar nas urnas amanhã é uma só: até que ponto o eleitor acredita que ele pode trazer ao Tocantins um futuro diferente do que se viu com Siqueira, ou melhor do aquele que se espera com Marcelo?

 

A mudança de tom do meio para o fim da campanha mostrou um Sandoval mais agressivo nos palanques e na TV, despertou a militância. A campanha quis mostrar uma virada que não se mostrou nas pesquisas ou nas ruas nos últimos dias, mas que companheiros do governador ainda esperam ver no resultado da apuração neste domingo, após as cinco da tarde.

 

De um deles, que integra o grupo que desde o início ajuda a pensar a campanha, ouvi a seguinte aposta: Miranda não conseguiria chegar aos 50% dos votos válidos, Ataídes teria crescido dos tradicionais 2% para 4,5% e Sandoval encostaria em Miranda o suficiente para provocar um segundo turno, somados os votos brancos, no contingente dos válidos. Uma teoria.

 

O que acredito é que a maquina do governo impressiona, o candidato conseguiu criar uma onda positiva na reta final e tem ao seu lado o maior número de prefeitos, de deputados e muitas lideranças mas o confronto entre tudo que Sandoval mostrou ser, contra tudo que o povo já sabe que Marcelo é, terá seu resultado final, neste domingo, 5. Sem adiamentos.

 

Uma escolha que é de todos e cada um. E com a qual conviveremos pelos próximos anos.

 

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