Apontando falta de respeito, Cinthia Ribeiro deixará PTN para se filiar ao PSDB

Com intervenção da Nacional que levou Folha ao comando do PTN no Estado, Cinthia Ribeiro diz que ficou sabendo da troca pela imprensa e que vai deixar o partido, pois entende que faltou ética.

Cintia deve assumir PSDB Mulher no Estado
Descrição: Cintia deve assumir PSDB Mulher no Estado Crédito: Bonifácio/T1Notícias

Após a indicação de um novo comando para a Comissão Provisória do PTN no Tocantins, a agora ex-presidente da sigla, Cinthia Ribeiro, contou ao T1 Notícias que foi surpreendida ao receber a notícia da intervenção da Executiva Nacional nos rumos que o partido vai tomar no Estado e informou que vai pedir a sua desfiliação do PTN e deve se filiar ao PSDB, atendendo a um convite do senador Aécio Neves.

 

Cinthia Ribeiro informou que na semana passada teve um encontro com os senadores Ataídes Oliveira e Aécio Neves, ambos do PSDB sendo presidentes estadual e nacional, respectivamente, quando foi convidada por Ataídes para assumir a presidência do PSDB Mulher no Estado. O convite foi endossado por Aécio. “O convite foi feito, mas deixei muito claro pra eles da minha fidelidade ao meu partido. Mas dada à forma truculenta dos últimos acontecimentos, é preciso repensar”, falou.

 

Ela disse que vai pessoalmente ao encontro do presidente nacional do PTN, José de Abreu, em São Paulo, para fazer a desfiliação e dizer a ele os motivos de sua saída. “Não posso permanecer em um partido que vai contra os princípios da moralidade, da transparência e do respeito”, pontuou.

 

Troca na calada

Durante sua entrevista ao T1, Cinthia relatou que recebeu a notícia da troca de comando do PTN pela imprensa. “Fui visitar familiares e quando voltei tomei conhecimento de tudo pelo Portal. Achei antiético e uma falta de escrúpulo por parte da Nacional do partido”, disparou.

 

Para Cinthia, o problema não está no fato do partido ter a troca de comando, mas sim na forma com que se deu. “Sou a favor da mudança de comando, da alternância de poder. Isso é bem vindo! Ser presidente não me faz nem melhor e nem pior do que outras pessoas. O problema é a forma com que está acontecendo. Não é bem vista”, disse.

 

Cinthia informou que os próprios militantes do partido não estão compreendendo o que está acontecendo e diz temer que “a falta de respeito e de democracia tragam prejuízos para a sigla”.

 

Partido estagnado?

Questionada sobre a atual situação do PTN no Estado, Cinthia foi categórica ao informar que, ao contrário do que o vereador Folha disse, o partido teve um crescimento. “Em 2011, quando assumi, o partido não tinha nenhum prefeito e 15 vereadores e hoje temos dois prefeitos e 17 vereadores. Em Palmas, além de um vereador temos a Vânia do Aureny como suplente, muito bem votada. Crescer, o partido cresceu”, afirmou.

 

Conforme informou, quando assumiu o partido, em novembro de 2011, já não poderia mais haver filiações, que puderam ser feitas até outubro daquele ano. Ela também lembrou que em 2013 foi o ano da doença de seu marido, o senador João Ribeiro.

 

Outros interesses

Cinthia Ribeiro levantou os interesses que poderiam haver por trás da “jogada” feita na quinta-feira, 19, dia do padroeiro da Capital e que deve ser consolidada ainda nesta sexta, 20.

 

Conforme ela informou, o secretário Nacional do PTN, Tiago Milhin, foi recebido não só por Folha e pelo nomeado secretário geral do partido no TO, Kairo Bernardo, mas também pelo prefeito Carlos Amastha (PP).

 

“Há um interesse muito grande de onde o prefeito quer chegar. O que o prefeito Amastha tem a ver com isso? A presidência do meu partido manda um representante para Palmas para conversar com o prefeito que nem do partido é?”, questionou.

 

Cinthia também disse que, em 2014, Kairo a procurou e informou que Folha não a apoiaria caso fosse candidata. “Ele disse que não me apoiaria, pois tinham fechado com o Tiago Andrino do PP. Mas nós definimos com os filiados do partido que iríamos disputar na majoritária e o senador Ataídes nos deu esse espaço. Tivemos candidatos na majoritária, a federal e estadual e o Folha não apoiou nenhum do partido”, informou.

 

De acordo com as informações de Cintia, o vereador Folha “está barganhando o partido e garantindo a sua reeleição”, tendo em vista as eleições de 2016.

 

“O Folha chegou a dizer que o que ele queria era autonomia para conduzir as eleições de 2016. O que ele quer é negociar as eleições dele. Só que na minha opinião, lugar de negócios não é na política”, disparou a ex-presidente do PTN. 

 

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(Atualizada com correção às 18h18)

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