Após confronto com deputados, Cid Gomes deixa Ministério da Educação

Cid Gomes foi dar explicações no Plenário da Câmara sobre afirmação de que no Congresso haveria deputados achacadores. O ministro reafirmou as críticas e, em seguida, pediu demissão no Planalto.

Cid Gomes deixa Ministério da Educação
Descrição: Cid Gomes deixa Ministério da Educação Crédito: Da Web

Cid Gomes pediu demissão do cargo de ministro da Educação na tarde desta quarta-feira, 18, depois de uma discussão com deputados federais no Congresso Nacional. A exoneração a pedido foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 19.

 

O então ministro foi ao plenário da Câmara dos Deputados ontem, 18, para dar explicações sobre uma declaração feita por ele, em que dizia que no Congresso haveria achacadores.

 

“Tem lá [na Câmara dos deputados] uns 400 deputados, 300 deputados que quanto pior melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas impositivas”, afirmou no dia 27 de fevereiro, em uma visita do ministro à Universidade do Pará, em Belém.

 

Na época, o ministro havia se defendido afirmando que fez as afirmações como cidadão. A declaração gerou revolta nos parlamentares, que esperavam ouvir um pedido de desculpas de Gomes. Mas, ao contrário do esperado, ele reafirmou a declaração e criticou os parlamentares: "Partidos de oposição têm o dever de fazer oposição. Partidos de situação têm o dever de ser situação ou então larguem o osso, saiam do governo", disse ele.

Cid Gomes disparou, atacando o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ): “Eu fui acusado de mal educado. O ministro da Educação é mal educado. Pois muito bem, eu prefiro ser acusado por ele de mal educado, a ser como ele, acusado de achaque”.

 

O PMDB já havia pedido que Cid Gomes fosse demitido. Os deputados da base do governo e da oposição fizeram críticas e pediram a demissão de Cid Gomes. Na tentativa vã de interromper as falas dos deputados foi barrado e acabou abandonando o plenário.

 

Na saída do Congresso ele dispensou o motorista e foi dirigindo para o Palácio do Planalto, onde pediu demissão do cargo.  Minutos depois, foi o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, quem ligou para o presidente da Câmara para avisar que Cid Gomes não era mais o ministro da Educação. O pedido de demissão teria sido imediatamente aceito pela presidente Dilma.

 

No Ministério da Educação, o secretário executivo, Luiz Cláudio Costa, assume interinamente até que a presidente Dilma Rousseff nomeie o novo ministro ou ministra.

 

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