Representantes do Movimento de Moralização e Democratização (MMDS) do Sindicato dos Servidores Públicos do Tocantins (Sisepe-TO) estiveram no T1 Notícias para denunciar atitudes irregulares do presidente do Sisepe, Cleiton Lima Pinheiro.
A servidora pública estadual, Ana Cibele Ferreira Chaves, analista técnica jurídica concursada, apresentou um boletim de ocorrência (BO) nº 480/2012, feito na Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher (Deam), com data de 13 de agosto de 2012, contra Cleiton Pinheiro. De acordo com o BO, o presidente do Sisepe teria ligado para a servidora e a teria coagido.
“...uai mulher! To sabendo que você anda vasculhando minha vida particular, fica sabendo que eu tenho pai rico, fazendeiro, o que tenho é conseguido com meu suor, não dependo de sindicato, fica sabendo que eu nunca mexi com sua vida funcional, mas agora eu vou mexer”. De acordo com o boletim feito por Ana Cibele, estas foram as declarações direcionadas a ela pelo presidente do Sisepe. Ainda no BO, a servidora disse que se sentiu constrangida.
Ana Cibele também alega que em uma assembleia também foi agredida por um Diretor do Sindicato, identificado como Jurandir, por querer manifestar sua opinião. A servidora comprovou a informação com a apresentação de um laudo de exame de corpo de delito, feito no Instituto Médico Legal (IML), onde os médicos comprovam que ela sofreu lesão corporal. “Como eu vou procurar o sindicato que foi criado para defender, se eles atendem primeiro a interesses pessoais?”, disse Ana Cibele.
Mais denúncias
O servidor público estadual Wiston Gomes também veio ao T1 Notícias denunciar o Sisepe e declarou que o sindicato atualmente não atua a favor dos servidores sindicalizados. “Esse (sindicato) que está aí não nos representa. O presidente não tem respaldo para sentar-se à mesa hoje e cobrar do Governo. Porque dentro do Executivo não pode ter nepotismo e dentro do sindicato pode?”, questionou.
Outro questionamento feito pelo Mmds é o fato do sindicato não lutar por interesses dos sindicalizados contra o governo pelo fato da esposa do presidente, Elane Pinheiro, ser uma das contratadas da Universidade do Tocantins (Unitins). “O presidente negocia com a Unitins o Plano de Cargos e Carreiras e Salários (PCCR), enquanto a esposa dele trabalha lá”, destacou o servidor público estadual Milton Rocha, que também faz parte do Mmds.
O T1 Notícias pesquisou no Portal da Transparência do Estado e confirmou que a esposa de Cleiton Pinheiro, Elane Pinheiro, trabalha na Unitins no cargo de Diretora de Gestão de Pessoal com salário mensal de R$ 2.323,00.
Os servidores Milton Rocha, Luis Carlos Benedito e Sérgio Lisboa também fazem parte do MMDS e acompanharam os colegas nas denúncias feitas ao T1 Notícias.
Presidente
Procurado novamente para falar sobre as denúncias, o presidente do Sisepe, Cleiton Pinheiro, disse que o grupo do MMDS é formado por pessoas que tumultuam as assembleias do Sisepe, e que não aceitam a forma com a qual o sindicato trabalha. “Esse grupo se reuniu depois que um dos membros, o senhor Wiston Gomes, foi exonerado da base. Ele prejudicou o sindicato, portanto eu tive que tirá-lo do cargo”, afirmou.
O presidente do Sisepe alegou que o movimento quer desestabilizar o sindicato levando fatos que foram criados por eles mesmos para a mídia. “Eles querem democratizar e o Sisepe é democrático. Qual a linguagem de democratização deles então?” questionou.
Sobre as acusações da servidora Ana Cibele, Cleiton Pinheiro disse que nunca ameaçou mexer na vida funcional da servidora efetiva. “É uma filiada que sempre faz tumulto nas assembleias. Ela gosta de armar barraco”, destacou.
A reportagem não conseguiu falar com a esposa do presidente do Sisepe, Elane Pinheiro, citada na matéria.
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