Na contramão do ocorre em vários municípios tocantinenses, a prefeita de Barra do Ouro, Lena (PMDB), entrou com uma Ação Civil Pública na Justiça para derrubar o aumento de 66,6% no próprio salário e no do vice-prefeito, que havia sido aprovado ainda no ano passado pela Câmara de Vereadores da cidade. O juiz Kilber Correia Lopes, da 1ª Escrivania Cível de Goiatins, concedeu decisão liminar nesta semana suspendendo o aumento.
A eleição em Barra do Ouro foi destaque nos jornais do país no ano passado após Lena ter sido eleita com apenas um voto de diferença. Ela recebeu 1.071 votos e a segunda colocada, Harielle Miranda (PSDB), teve 1.070 votos. Barra do Ouro tem 3.748 eleitores, e desse total 3.125 votaram.
Conforme a proposta, os vencimentos da prefeita, que eram de R$ 6 mil, subiriam para R$ 10 mil e o salário do vice-prefeito, que é de R$ 3 mil, passaria para R$ 5 mil. Em entrevista ao T1 Notícias nesta sexta-feira, 27, Lena disse que o aumento, proposto pela gestão anterior, seria irresponsabilidade. “O reajuste é legítimo, pois os salários realmente estão defasados, mas o projeto foi aprovado de maneira irresponsável. Entrei na justiça para derrubar esse reajuste, pois da maneira como está o município, nós não teríamos condições de cumprir”, explicou a gestora.
Lena destacou ainda que o aumento impactaria negativamente os cofres da cidade. “O que a gestão queria era, claramente, prejudicar a atual gestão com esse aumento, feito no apagar das luzes, que obviamente acabaria sobrando como um sério problema para nós, o que não é permitido por lei”.
Na mesma ação, o juiz suspendeu os efeitos do novo Plano de Carreira, Cargos e Salários dos professores municipais de Barra do Ouro. Sobre o assunto, a prefeita informou que “nós vamos fazer um orçamento e um estudo responsável e vamos colocar uma nova proposta com relação a isso. Esse reajuste vai acontecer, mas de maneira que o município possa cumprir e não ficar só no papel”, declarou Lena.
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