Morre João Ribeiro após mais de um mês internado: velório será no Palácio

O senador João Ribeiro faleceu na manhã desta quarta-feira, 18, em São Paulo, após travar uma longa luta pela recuperação de sua saúde agravada nos últimos dias. O velório será no Palácio Araguaia

Senador faleceu nesta manhã
Descrição: Senador faleceu nesta manhã Crédito: Divulgação

O senador João Ribeiro faleceu na manhã desta quarta-feira, 18, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, às 12h pelo horário de Brasília, 11h horário do Tocantins, em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), segundo nota de falecimento oficial disponível no site do Hospital. O corpo deverá ser transladado para Palmas num avião da FAB, conforme informou o Senador Vicentinho Alves ao T1 Notícias no final da tarde.

A notícia foi dada pelo deputado estadual Osires Damaso em pronunciamento na Assembleia Legislativa durante sessão nesta manhã, que foi encerada logo em seguida. O velório do senador João Ribeiro será realizado no hall do Palácio Araguaia, em Palmas, tão logo seja feito o translado do corpo de São Paulo para o solo tocantinense. Ainda não há previsão do horário do voo, mas segundo informações extraoficiais, o corpo deve chegar a Palmas por volta das 21 horas. 

Segundo a Agência Tocantinense de Notícias (ATN), o governador Siqueira Campos determinou que o corpo do senador João Ribeiro seja recebibo com honras militares, sendo assim, o corpo do senador desfilará em carro aberto do aeroporto de Palmas até o Palácio Araguaia, onde será velado.

O sepultamento será nesta quinta-feira, 19, no cemitério Jardim das Acácias, em Palmas (TO). 

Ataídes Oliveira (PROS) é o suplente e deve reassumir a vaga no Senado. Ele ocupou o cargo de fevereiro à agosto deste ano, período em que João Ribeiro se afastou para se tratar da doença.

O prefeito de Palmas, Carlos Amastha, decretou luto oficial pelo período de sete dias em sinal de pesar pela morte do senador. Já o governador Siqueira Campos decretou luto oficial em todo o Estado por três dias, com honras militares.

A assessoria do senador encaminhou no início desta tarde uma nota oficial sobre a morte do senador. Confira a íntegra da nota abaixo.

 

COMUNICADO À IMPRENSA

É com grande pesar que comunicamos o falecimento no Hospital Sírio Libanês, na cidade de São Paulo-SP, do senador tocantinense João Ribeiro, do Partido da República (PR). O parlamentar faleceu na manhã dessa quarta-feira, aos 18 dias do mês de dezembro de 2013. Ainda aguardamos as informações oficiais do hospital quanto à causa morte e o horário exato.

João Batista de Jesus Ribeiro, nascido em 25 de junho de 1954 na cidade de Campo Alegre de Goiás (GO), era filho da funcionária pública Tereza Hilário Ribeiro(+) e do pedreiro Jesus Francisco da Silva(+).

João Ribeiro deixa a esposa Cinthia Alves Caetano Ribeiro, com quem tem um filho, João Antônio Caetano Ribeiro, e ainda os filhos: Luana Ribeiro (deputada estadual), João Ribeiro Júnior, Diêgo Afonso Ribeiro, Giovanna Remor Stecanela Ribeiro, Maria Teresa Paranaguá Ribeiro e Fábio da Cunha Ribeiro.

 

Notas de Pesar de órgãos

Notas de Pesar de autoridades do TO

 

A Luta pela vida

O senador João Ribeiro lutou incansavelmente pela vida ao longo deste ano, desde que foi diagnosticado com uma doença rara, Sindrome Mielodisplásica Hiperfibrótica (SMD), no Hospital Sírio Libanês em São Paulo, em 2012, onde morreu na manhã desta quarta-feira, 18.

Ele foi transplantado no dia 24 de janeiro deste ano. A medula foi doada pelo irmão, o comerciante Lázaro Ribeiro. 

Em maio de 2013, o senador passou por novo transplante. Algo nunca antes confirmado. João Ribeiro contraiu uma bactéria em evento com prefeitos tocantinenses e ministro da Educação, Aloízio Mercadante, em Brasília, o que o deixou debilitado por um bom tempo e em tratamento intensivo no Hospital Sírio Libanês. Isso acabou obrigando a equipe médica a optar por novo transplante, ocorrido em junho passado, tendo como doador o filho Diêgo Afonso Ribeiro.

Em agosto, o senador que estava afastado desde fevereiro para cuidar da saúde, retornou ao Senado Federal e voltou a exercer suas atividades parlamentares.
 
Com rumores de que ele não estaria bem de saúde, em 21 de outubro, o senador divulgou nota repudiando tais informações, de que sua saúde não estaria boa para que ele pudesse concorrer às eleições de 2014, para governador do Tocantins, como era sua pretensão.

No dia 15 de novembro, João Ribeiro retornou ao Hospital Sírio Libanês. Sua esposa Cinthia Ribeiro, afirmou que ele estava bem e que se tratava apenas de uma suposta gripe e que ele teria adiantado uma bateria de exames que precisava fazer.

No dia 26 de novembro, os médicos divulgaram nota confirmando complicações pulmonares, em virtude do transplante de medula óssea que o senador fez. Naquela oportunidade, o Hospital divulgou oficialmente que não havia previsão para alta.

Os últimos dias não foram fáceis nem para ele, nem para sua família, que acompanhou de perto sua luta pela vida desde que voltou ao Hospital para tratar a suposta gripe.

Na sexta-feira, 13, o senador teve um derramamento de sangue no pulmão, que culminou na sua ida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Sírio Libanês.

Em 15 de dezembro, no domingo, o Hospital emitiu nota informando que o senador continuava internado na UTI, mas que seu quadro havia se estabilizado. João Ribeiro, nesta altura, respirava com ajuda de aparelhos. Esta foi a última notícia do seu estado de saúde antes da sua morte.

 

Política

João Ribeiro começou sua vida política em 1982, como vereador em Araguaína. Em 1986 foi eleito deputado estadual por Goiás. Na condição de deputado estadual mais bem votado, dentre todos os parlamentares da oposição, desempenhou importantes atribuições como a representação da classe dos garimpeiros, fiel ao tempo em que atuou como delegado nacional do sindicato da classe, no auge do garimpo de Serra Pelada. Como líder do PFL - Partido da Frente Liberal, na Assembleia Legislativa de Goiás em 1988, trabalhou na persuasão dos políticos goianos sobre a importância da criação do estado do Tocantins que se transformou no principal marco de sua carreira política.

Eleito para prefeito de Araguaína em 1988, com 34% dos votos numa das disputas mais acirradas da história da cidade, cumpriu mandato entre 1989 e 1993. Sua administração ficou marcada pelo incessante trabalho na execução de importantes obras para o município.

Conquistou seu primeiro mandato em Brasília, como deputado federal em 1994. Foi reeleito nas eleições de 1998. Na Câmara dos Deputados pautou seu trabalho na defesa dos interesses do Tocantins, conseguindo ano a ano que recursos de toda natureza fossem destinados ao Estado.

Além disto, ainda na Câmara federal, ora como titular, ora como suplente, atuou na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização; na Comissão Representativa do Congresso Nacional; nas Comissões Permanentes: de Agricultura e Política Rural; da Amazônia e de Desenvolvimento Regional; de Direitos Humanos; de Economia, Indústria e Comércio; de Seguridade Social e Família; de Trabalho, Administração e Serviço Público; de Viação e Transportes e nas Comissões Especiais: de Concessão e Distribuição do Gás Canalizado; de Demarcação das Terras Indígenas; de Recursos Destinados à Irrigação; de Relações de Trabalho do Atleta Profissional de Futebol e Normas Gerais sobre Desportos, a Lei Pelé; na do Código de Trânsito Brasileiro; na de estabelecimento de Normas Gerais para Instituição de Regime de Previdência Complementar: Suplente e no Projeto do Sistema Financeiro Nacional. 
Durante este período, atuou no Executivo do Tocantins, em duas oportunidades. Primeiro em 1997, quando foi secretário de Turismo Ecológico e, depois, entre 2001 e 2002, ocupando a titularidade da Secretaria do Governo, ambas as oportunidades tendo à frente do Governo Estadual, José Wilson Siqueira Campos.

Conquistou o seu primeiro mandato de senador em 2002. Por sua atuação sempre lembrada pelo caráter municipalista, e pelas boas relações estabelecidas com o então presidente Lula, que o convidou para integrar o seu Conselho Político, se destacou no cenário nacional como um grande articulador da base governista, e conseguiu carrear importantes recursos para o Tocantins. Em 2010 sagrou-se novamente vitorioso nas urnas, com a maior votação registrada naquele pleito, conquistando o seu segundo mandato de senador.

Por muito tempo companheiro de trajetória política do governador Siqueira Campos, rompeu com ele no final de 2011 e era hoje reconhecido como um dos líderes das oposições no Tocantins, tendo inclusive reunido recentemente em Brasília alguns expoentes da política tocantinense que hoje fazem oposição ao Palácio Araguaia. Mesmo politicamente afastado da administração do atual governador, sempre fez questão de destacar que jamais se prestaria a deixar de lutar pelos interesses do Estado, independentemente de quem fosse o Governador, e assim se portou.

(Com informações da Assessoria do Senador)

 

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(Atualizada às 21h)

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