A Secretaria de Mulheres do PCdoB Palmas-TO e a Secretaria Estadual de Mulheres do PT/TO emitiram nota de solidariedade nesta quarta-feira, 6, à vice-prefeita de Ponte Alta, Juliana Gastaldi Lopes Fernandes, após violência de gênero em áudios de Whatsapp enviados pelo professor do município de Palmas, Robledo Leobas.
"Quando um professor do ensino fundamental profere todos os impropérios possíveis e impossíveis contra uma mulher representante da gestão municipal, ele está reproduzindo uma prática recorrente, se sente tranquilo para fazê-lo, tem a certeza da impunidade", diz um trecho da nota encaminhada pela Secretaria de Mulheres do PCdoB Palmas, Juliete Oliveira.
Nos áudios enviados, o professor pronuncia inúmeros xingamentos contra a vice-prefeita, diz que ela é "uma zero 3squerda", "d3sgraç@da" e afirma que "xinga pra ver se surte efeito. Você tem que falar grosso, tem que falar revoltado, com palavrão, que é para ver se a vice-prefeita entra em campo", argumenta em tom alto. Ao T1, Robledo Leobas disse ter problemas psicólogos, que estava sem remédios e que os áudios foram enviados em momento de raiva. Confira aqui a matéria completa.
Ainda na nota, a secretária Juliete Oliveira ressalta a importância do combate à violência de gênero e política. "Em ano de eleições municipais, fiquemos atentos aos tipos que levaremos ao poder. Vamos reforçar o protagonismo das mulheres como forma de combater e vencer, um dia, os altos números de feminicídios existentes em nosso estado e país. Se um professor é capaz de crimes como esse, imaginem os demais cidadãos de bem que existem por aí?".
A secretaria do PT destacou que os áudios atacam de forma "desrespeitosa a integridade e dignidade da vice-prefeita Juliana Gastaldi. Tais atos, além de repugnantes, revelam uma intolerável violência política de gênero, que não podemos tolerar em nenhuma esfera da sociedade".
Confira as notas na íntegra:
Nota - Secretaria de Mulheres do PCdoB Palmas-TO
A quem interessa a violência política contra as mulheres?
A pergunta acima pode ser facilmente respondida: a uma sociedade que perpetua a violência de gênero, que se porta misógina em todos os espaços. Quando um professor do ensino fundamental profere todos os impropérios possíveis e impossíveis contra uma mulher representante da gestão municipal, ele está reproduzindo uma prática recorrente, se sente tranquilo para fazê-lo, tem a certeza da impunidade.
Em uma sociedade em que diversos tipos de agressão a outras formas de vida: floresta, animais, contaminação da água, podem te levar a responder judicialmente pelo crime, mas a violência contra a mulher, por vezes não! O comportamento do cidadão que agrediu verbalmente, por inúmeras vezes, a vice-prefeita de Ponte Alta do Tocantins - não se enganem cometeu um crime - pode passar como algo corriqueiro. Mas definitivamente não é.
A Lei Maria da Penha classifica os tipos de abuso contra a mulher nas seguintes categorias: violência patrimonial, violência sexual, violência física, violência moral e violência psicológica
Em ano de eleições municipais, fiquemos atentos aos tipos que levaremos ao poder. Vamos reforçar o protagonismo das mulheres como forma de combater e vencer, um dia, os altos números de feminicídios existentes em nosso estado e país. Se um professor é capaz de crimes como esse, imaginem os demais cidadãos de bem que existem por aí?
Todo o apoio a Juliana Gastaldi Lopes Fernandes (PT) de Ponte Alta do Tocantins deixamos evidente que a Secretaria de Mulheres do Partido Comunista do Brasil (PDdoB) é uma instância consultiva e de apoio às mulheres vítimas de violência.
Juliete Oliveira Secretária de Mulheres do PCdoB Palmas-TO
Nota - Secretaria Estadual de Mulheres do PT/TO
A Secretaria Estadual de Mulheres do PT/TO, vem por meio desta repudiar veementemente o ataque misógino contra a vice-prefeita de Ponte Alta do Tocantins a Companheira Juliana Gastaldi. É revoltante a notícia de mais uma violência contra uma companheira que desempenha suas funções democráticas que corajosamente se dedica a política e luta por um Tocantins mais justo.
Dessa vez por áudios com teor misógino proferidos pelo professor Robledo Leobas, atacando de forma vil e desrespeitosa a integridade e dignidade da vice-prefeita Juliana Gastaldi. Tais atos, além de repugnantes, revelam uma intolerável violência política de gênero, que não podemos tolerar em nenhuma esfera da sociedade.
A violência de gênero contra mulheres na política é uma realidade alarmante que precisa ser combatida com urgência. Situações como essa destacam a necessidade de reforçarmos nossa luta contra o machismo e a misoginia dentro das estruturas políticas e decisórias.
É inadmissível que em pleno 2024, uma mulher que ocupa um cargo político seja alvo de ataques baseados unicamente no fato de ser mulher. O discurso de ódio proferido pelo agressor é não apenas ultrajante, mas também reflete uma realidade lamentável na qual nós mulheres somos constantemente desrespeitadas e diminuídas em suas capacidades profissionais e políticas, um ataque direto a vice-prefeita mas que atinge a todas nós que lutamos diariamente por mais mulheres na política nos espaços de decisão.
Expressamos nossa solidariedade à vice-prefeita Juliana Gastaldi e reforçamos nosso compromisso na luta contra todas as formas de violência contra a mulher na política, seja ela física, psicológica ou verbal.
O Coletivo Estadual de Mulheres do PT/TO exige a responsabilização e punição do agressor conforme a lei. É imperativo que a democracia seja pautada pelo diálogo e pelo respeito mútuo, e que todas as mulheres possam exercer seus cargos públicos sem o temor de sofrerem violência ou discriminação de gênero.
Não podemos aceitar nenhuma tentativa de silenciamento feminino no espaço político e de poder, reiteramos o quanto é fundamental que haja mais mulheres na política, pois QUANDO SE É MULHER, TUDO É POLÍTICA. A presença das mulheres nos espaços de poder é essencial para garantir uma representação verdadeiramente democrática e para promover uma cultura de respeito, ética e tolerância.
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