O que se imaginava ser apenas um discurso do governador Mauro Carlesse, de que não é candidato a nada, e de que pode não disputar eleição ano que vem, caminha a cada dia para se confirmar.
É o que vai nos bastidores, coisa que o Blog ouviu de gente próxima do Palácio Araguaia.
Nove meses de mandato, na circunstância atual, podem ser decisivos para a consolidação de obras em andamento. Fazer ou não fazer o sucessor, vai depender também um pouco disso: o que o governador vai conseguir entregar.
Por outro lado, analistas avaliam que Carlesse assumiu o risco de alguma impopularidade ao ser duro na questão dos ajustes da folha, para novamente enquadrar o Estado na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Também teria desagradado aliados, ao centralizar na gestão decisões, cargos e as medidas amargas que recuperaram a capacidade de investimento do Estado.
Por outro lado, vale a pergunta: quando foi que um governador eleito terminou seu mandato? Marcelo Miranda foi cassado em 2009, e sucedido por Carlos Gaguim. Este por sua vez tentou a reeleição e perdeu para Siqueira Campos.
Siqueira renunciou depois do vice, João Oliveira, e entregou o governo a Sandoval Cardoso, que disputou com Marcelo Miranda. Este, venceu a eleição, mas foi cassado. E Mauro Carlesse se elegeu nas eleições suplementares.
São 12 anos de uma ciranda de muita instabilidade.
Ficando, cabe a Mauro Carlesse indicar e apoiar um sucessor. É grande a movimentação no grupo do senador Eduardo Gomes em torno do seu nome a governo.
Ocorre que, bem situado no cenário nacional, pode ser que Eduardo Gomes prefira permanecer no Senado e na liderança de Jair Bolsonaro, que enfrentará uma campanha polarizada ano que vem contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem boa vantagem em todas as pesquisas de intenção de votos feitas recentemente.
Gomes tem mais cinco anos de mandato pela frente. E pode não disputar se entender que este não é o melhor caminho.
Carlesse, como se sabe, tem caminho e vontade próprias, muito peculiares. Não quer se arriscar a descarregar o peso da máquina para eleger a qualquer custo o sucessor. E neste contexto, pode caminhar para indicar um nome técnico.
Por este raciocínio são dois os nomes da equipe do governador na linha sucessória: Sandro Armando, da Fazenda e Rolf Vidal, da Casa Civil. O primeiro, paulista, que veio para o Estado pelas mãos do governador. O segundo, também paulista de nascimento, chegou de Balsas – MA, em 2006 para fazer faculdade pelo Prouni.
Cada um a seu modo desempenha papel importante no governo e foram se fortalecendo na equipe ao longo dos últimos anos.
Se vai prevalecer a saída política ou a técnica só o tempo dirá. O certo é que começa a se desenhar um 2022 bem diferente do que a classe política tocantinense está habituada a presenciar.
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