Após redução de atividades aquáticas, botos são flagrados no lago de Palmas

Os vídeos gravados pela empreendedora palmense Thais Rodrigues neste domingo, 12, que mostram botos no lago de Palmas, próximos da Ponte Fernando Henrique Cardoso, viralizaram nas redes sociais.

Crédito: Thais Rodrigues

Os vídeos gravados pela empreendedora palmense Thais Rodrigues neste domingo, 12, que mostram botos no lago de Palmas, próximos da Ponte Fernando Henrique Cardoso, viralizaram nas redes sociais da Capital. Ela realizava um passeio, quando registrou os animais nadando ao redor da lancha em que estava. "Nós vimos os botos por volta de 16h da tarde e eles ficaram cercando a lancha até o momento que fomos embora, por volta de 17h30”, disse. 

 

De acordo com Thais a experiência foi encantadora, já que nunca tinha visto um boto presencialmente. “Eu sabia que existiam botos no lago, mas foi a primeira vez que vi, então fiquei apaixonada. Sinto que fomos privilegiados. Foi muita sorte. Acredito que no total, tinha cerca de 10 botos nadando em volta da nossa lancha”, destacou. 

 

De acordo com o biólogo Oscar Barroso Vitorino Junior, inspetor de Recursos Naturais do Naturatins, é comum ver esses animais no Rio Tocantins. Ele também reforçou que a redução de atividades aquáticas no Lago pode ser um dos fatores que levaram os botos a passear na região. “Não é possível saber se se trata de uma família pescando em grupo ou de uma agregação casual ocasionada pela disponibilidade de recursos pesqueiros. Porém é provável que a redução das atividades na orla de Palmas e da circulação de barcos podem ter facilitado a observação da espécie, uma vez que além da visão, esta se direciona através de um sistema de ecolocação, semelhante aos sonares dos navios e submarinos”, afirmou.

 

A engenheira ambiental e mestra e Ciências do Ambiente, Mariana Borges, também afirmou que um dos possíveis motivos para os botos estarem na região, pode ter sido a diminuição do fluxo de embarcações no lago de Palmas. “Eles não costumam ficar onde tem muita movimentação. Talvez pela calmaria do lago nos últimos tempos eles se sentiram seguros em subir ou descer o Rio. A gente não sabe de onde eles vieram, mas vez ou outra eles passeiam e devem ter encontrado por aqui alimentos e tranquilidade”, ressaltou.

 

Reprodução e vida dos botos

 

O Naturatins, por meio do Biólogo Oscar Barroso Vitorino Junior, também compartilhou algumas informações importantes sobre os animais. De acordo com o órgão, o boto vermelho ou boto do rio Araguaia (Inia araguaiensis) é o maior golfinho de água doce do mundo e ocorre nos rios Araguaia e Tocantins, além da baía de Marajó.Ele apresenta elevado dimorfismo sexual com os machos adultos maiores e mais robustos que as fêmeas chegando a 2,55 metros de comprimento e 200 kg de peso total.

 

A coloração dos indivíduos desta espécie varia de cinza-escuro a rosa brilhante dependendo da idade e do sexo do animal. Filhotes são cinza-escuro enquanto machos adultos são mais rosados. A coloração também está relacionada a confrontos entre os machos que frequentemente acumulam cicatrizes e uma intensa despigmentação causada por abrasão.

 

Ainda conforme as informações disponibilizadas, o boto é um animal de hábitos mais solitários, embora agregações em ressacas e encontros de águas sejam observadas. Nos rios Tocantins e Araguaia, estudos indicam que os animais foram mais frequentemente observados solitários. No entanto, também foram observados grupos de até 7 indivíduos. Os machos realizam a corte das fêmeas fazendo uso galhos, pedras e barro em um ato no qual se exibe para a fêmea.

 

Sobre a reprodução, o Naturatins informou que a gestação das fêmeas dura 13 meses e a lactação dos filhotes até 3 anos. Os machos atingem a maturidade sexual, quando ficam aptos para a reprodução, aos 10 anos de idade. Estimativas indicam que o boto vermelho pode atingir 45 anos na natureza e um indivíduo viveu 52 anos em cativeiro na Alemanha (Duisburg Zoo).

 

Confira os vídeos: 

 

 

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