Em Araguaína, mãe realiza sonho da filha que faleceu e acolhe mulheres com câncer

A moradora de Araguaína, Fátima Duarte coordena uma casa de acolhimento em Araguaína em nome da filha Savanna, que faleceu em 2016, vítima de câncer de colo uterino

Mãe realiza o sonho da filha em Araguaína
Descrição: Mãe realiza o sonho da filha em Araguaína Crédito: Marcos Filho

A professora Fátima Duarte, de 62 anos, moradora da cidade de Araguaína, transformou em amor e luta o sofrimento pela perda de sua filha Savanna, que faleceu no dia 7 de setembro de 2016, aos 35 anos, após lutar nove meses contra um câncer de colo uterino.

 

A mãe conta que durante o tratamento, a filha observava a dificuldade das pessoas carentes que iam ao centro oncológico e aguardavam nas calçadas pelo atendimento. Diante daquele cenário, Savanna dizia à mãe que ajudaria quem precisasse quando seu tratamento terminasse. Hoje, Fátima coordena uma casa para pacientes com câncer, acolhendo a uma média de 23 mulheres por mês.

 

“Não foi fácil. Eu digo que quem perde um marido, fica viúva. Ser for a mãe, fica órfão. E um filho, o que é? A gente não acha nem adjetivo. Foram noves meses de tratamento, praticamente uma gestação, que fez nascer o Lar de Savanna”.

 

Fátima ainda aponta para o símbolo do local: uma borboleta, lembrando transformação. Além de ajudar mulheres carentes, ela mantém vivo o sonho e a essência de sua filha, chamando a todas as mulheres que acolhe pelo nome de Savanna. “Quando chega uma Savanna meio caidinha, eu logo digo ‘vamos à luta’. Ame, o amor cura tudo”. A energia para contagiar as mulheres é emanada por um amor de mãe que continua vivo. “Para família e amigos não é como se ela não existisse mais, é como se estivesse no meio de nós”.

 

Fátima se inspira na força da filha para motivar quem está em tratamento. “Minha filha Savanna é diferenciada de tudo. Eu nunca ouvi um gemido durante todo seu tratamento. Por isso, nós não falamos sobre doença aqui. É um espaço de transformação”.

 

Localizado no Setor Brasil de Araguaína, a casa conta com cinco quartos, sala de visitas, cozinha com fogão industrial, banheiros, dispensa e varanda. O espaço também gera empregos, são seguranças, cozinheiras, porteiro e auxiliar de serviços gerais, acomodando até 10 pacientes por vez, com cinco alimentações diárias.

 

A iniciativa de ter um local para ajudar as mulheres foi viabilizada com uma proposta do então presidente da Associação Pró Vida de Combate ao Câncer, à época. Usando a casa por comodato, Fátima levantou fundos para reforma e mobília. Parceiros que ela visita todos os dias e exibe sua gratidão em quadros com dezenas de nomes, logo na entrada do Lar, inaugurado em 7 de setembro de 2017, um ano após o falecimento da filha.

 

“Estes quadros têm os nomes de todas as pessoas que ajudaram na casa. Da barra do lençol até a placa de alumínio usada para gravar os nomes. Hoje, já preciso de mais quadros”. Fátima ainda busca desenvolver outro local com espaço para atividades recreativas que ajudarão no tratamento das mulheres, como por exemplo, a dança de salão.

 

(Com informações da Secom Prefeitura de Araguaína)

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