Famílias sem teto fazem panelaço no Palácio e Prefeitura por direito à moradia

Um grupo de manifestantes realizou um panelaço na manhã desta 2ª feira, no Palácio Araguaia e na Prefeitura de Palmas. Eles ocupam habitações populares e querem o direito de permanecer no local

Pessoas sem teto fazem manifestação por moradia
Descrição: Pessoas sem teto fazem manifestação por moradia Crédito: Bonifácio/T1Notícias

As famílias do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), que ocupam os apartamentos das quadras 1304 e 1306 Sul, em Palmas, fizeram um panelaço na manhã desta segunda-feira, 13, no Palácio Araguaia e na Prefeitura de Palmas. Elas pedem que a ação de retirada das famílias prevista para acontecer nesta terça-feira, 14, seja cancelada.

 

Junto ao Governo do Estado, um grupo formado por quatro manifestantes e o ex-vereador da Capital, Bismarque do Movimento, foi recebido pelos secretários Geral de Governo, Herbert Buti e pelo secretário chefe da Casa Militar, Raimundo Bonfim, que deram a garantia de que o Governo do Estado vai interceder pelas famílias e que não vai usar a força da Polícia Militar na desocupação.

 

 

Ocupação na Prefeitura

Com a resposta positiva do Estado, os manifestantes marcharam rumo ao prédio da Prefeitura de Palmas, na Avenida JK, onde ocuparam, de forma pacífica, as suas dependências. Eles pediam que o próprio prefeito, Carlos Amastha, os recebesse, mas como ele não estava no prédio o secretário de Segurança e Defesa Civil, Francisco Viana, fez a intermediação e solicitou que o corredor do hall da Prefeitura fosse desocupado, como condição para que a gestão recebesse os manifestantes.

 

“Enquanto eles não liberarem o espaço para que se garanta o livre trânsito no prédio, não temos condições de recebê-los”, declarou o secretário ao T1 Notícias.

 

Após os gritos de protesto, a gestão voltou atrás e a comissão foi convidada para conversar com os representantes da Prefeitura, para que juntos chegassem a um acordo, mas a Guarda Metropolitana proibiu aqueles que estavam do lado de fora de entrarem, para assim, conforme as informações dos guardas, evitar que o direito de ir e vir dos funcionários que ali trabalham fosse prejudicado.

 

Ao Portal, Bismarque do Movimento informou que as famílias querem a garantia de que vão ter a assistência do município, seja com o pagamento do aluguel social ou com um local para morar. “Estão todos dispostos a deixar o local, mas é preciso que tenham para onde ir e que a Prefeitura viabilize isso”, disse.

 

O T1 Notícias solicitou um posicionamento da Prefeitura quanto aos pedidos de aluguel social ou moradia para as famílias e, por meio de nota, o município informou que não há amparo legal para o pagamento do aluguel social.

 

Entenda

Cerca de 500 famílias iniciaram a ocupação das unidades habitacionais, que foram construídas com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em setembro de 2014. As obras eram para ter sido entregues em 2009, o que não aconteceu, e no momento da ocupação as obras continuavam paradas.

 

“Lutamos pelo direito de ter um pingo de dignidade. Vemos que hoje as prioridades são distorcidas e o ser humano está abaixo dos jardins”, disparou Vladimir Pereira, um dos membros do movimento.

 

A Justiça autorizou, em janeiro deste ano, a utilização da força policial para a desocupação das unidades habitacionais, mas a Prefeitura recuou e a ação está marcada para esta terça-feira, 14. 

 

Leia mais:

Desocupação de unidades habitacionais na 1.304 e 1306 Sul é adiada

Defensoria acompanhará todo processo de desocupação de unidades habitacionais

Liminar determina que famílias desocupem prédios do PAC 2 na 1304 e 1306 Sul

Famílias que ocuparam prédios do PAC 2 tem até 20 de outubro para deixar local

Audiência Pública discute situação de famílias que ocuparam prédios do PAC 2

Comentários (0)