Padre entra com pedido de inquérito policial contra prefeita por conteúdo de áudio

Conforme a denúncia, a entidade busca a apuração do suposto crime de racismo por LGBTfobia praticado pela gestora.

Crédito: Divulgação

A Igreja Anglicana, sendo representada pelo reverendo Geraldo Santos de Magela Neto, requereu nesta terça-feira, 03, junto à Polícia Civil, a instauração de inquérito contra a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB). Conforme a denúncia, a entidade busca a apuração do suposto crime de racismo por LGBTfobia praticado pela gestora.


 

Na peça apresentada à polícia, a igreja afirma que o pedido trata-se da apuração do conteúdo de um áudio vazado em que Cinthia teria relacionado o público de um estabelecimento como sendo “LGBT, “gueto” e “baixo clero”. O documento reforça que decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) enquadra LGBTfobia dentro das práticas da Lei de Racismo (7716 de 1989), tornando a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero crime.


 

De acordo com o Reverendo Magela, a solicitação tem o objetivo de combater qualquer tipo de discurso de ódio. “Queremos esclarecimentos sobre o áudio (trecho dele) da prefeita onde associa o público LGBT ao gueto e ao baixo clero, promovendo mais discriminação e perseguição. Como trabalhamos para essa parcela da população, queremos que todas as ações legais sejam tomadas para que discursos que incentivem a segregação, utilizando termos que já deveriam ter sido superados, sejam punidos”, declarou.


 

Ainda segundo o Magela, o próximo passo será fazer uma Notícia de Fato junto ao Ministério Público Estadual (MPE-TO), e a protocolização de ofício junto ao Núcleo Aplicado das Minorias e Ações Coletivas (Nuamac) da Defensoria Pública do Estado do Tocantins.


 

Fazem parte da ação proposta a Aliança Nacional LGBTI; Instituto Equidade Tocantins; Articulação da Juventude Lésbica,Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos -ARTJUV-LGBTI; Associação Anjos de Resgate; Casa A+; Igreja Episcopal Anglicana; Rede Nacional De Operadores de Segurança Pública LGBTI - RENOSP – LGBTI; e Triângulo Rosa.


 

Entenda o caso


 

Áudio trocado em 2019, entre a prefeita de Palmas e uma outra pessoa (não divulgado quem), foi amplamentes divulgados durante o Carnaval deste ano, após o Bar Mujica ter sua programação de folia embargada por falta de alvará de funcionamento. O conteúdo dos áudios mencionava o referido bar e seu público.

 

Ao T1, com exclusividade, nesta segunda-feira, 02, a prefeita desabafou sobre o caso e avaliou a forma como se expressou naquela época (Carnaval de 2019). “Foi uma opinião pessoal, formada por informações de terceiros, vizinhos, frequentadores e que admito que foi inadequada, mas formada em meio a pressão de uma crise” disse.

 

O Portal havia solicitado nota da Prefeitura na manhã desta terça-feira, 3, sobre o assunto. Entretanto, agora à tarde, foi informado via assessoria de comunicação que a prefeita não irá se manifestar.

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