Eliza: A Revolução da Comunicação Máquina-Humano na Década de 1960

O ELIZA era especialmente notório por um script chamado "DOCTOR", que simulava uma conversa com um psicoterapeuta, onde essa inovação foi fundamental no desenvolvimento da inteligência artificial

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Agora entrando na década de 1960, tivemos avanços notáveis na IA, com o surgimento do projeto "Eliza". Eliza, foi desenvolvida por Joseph Weizenbaum, onde foi um
cientista da computação e professor emérito do MIT (Massachusetts Institute of Technology), nascido na Alemanha em 8 de janeiro de 1923 e se mudou para os Estados Unidos em 1936. Weizenbaum, desenvolveu um dos primeiros programas de computador capaz de processar linguagem natural e realizar uma espécie de diálogo com os usuários.

 

Alem disso, O ELIZA era especialmente notório por um script chamado "DOCTOR", que simulava uma conversa com um psicoterapeuta, onde essa inovação foi fundamental no desenvolvimento da inteligência artificial e no processamento de linguagem natural, áreas que continuam a evoluir até hoje. ELIZA, apelidada carinhosamente por “mãe da IA” simulava um psicoterapeuta e interagia com os usuários por meio de uma linguagem natural, embora fosse relativamente simples em comparação com as capacidades atuais de IA, demonstrou como as máquinas poderiam simular a comunicação humana de maneira convincente.

 

Ao passo que ele foi projetado para simular um psicoterapeuta e interagir com os usuários por meio de uma interface de chat de texto, se tornando tão especial pela sua
capacidade de compreender e responder à linguagem natural dos usuários, onde podiam manter conversas aparentemente significativas e fornecer respostas que frequentemente pareciam ter empatia e compreensão. Uma das características mais notáveis de Eliza era a técnica de "reflexão". O programa respondia às declarações dos usuários fazendo perguntas e refletindo de volta as palavras-chave. Por exemplo, se um usuário dissesse "Estou me sentindo triste hoje", Eliza poderia responder com "Por que você está se sentindo triste hoje?". Essa técnica criava a ilusão de que Eliza estava envolvida em uma conversa terapêutica, mesmo que sua compreensão fosse superficial.

 

Visto que isso causou um grande impacto na época, cativando a imaginação do público e gerando interesse significativo na IA e na interação homem-máquina, muitas
pessoas ficaram surpresas com a facilidade com que podiam se abrir para um programa de computador e compartilhar suas preocupações. No entanto, Weizenbaum também estava ciente dos perigos dessa ilusão de compreensão, alertando sobre o potencial de abuso e exploração desse tipo de tecnologia.

 

Apesar de sua simplicidade e limitações óbvias, Eliza abriu caminho para futuros desenvolvimentos em IA e interfaces de conversação. Os princípios subjacentes à sua
abordagem continuam a influenciar chatbots e assistentes de voz contemporâneos, que se esforçam para oferecer interações cada vez mais naturais com os usuários.

 

Também o legado de Eliza levanta questões importantes sobre a ética da IA e a necessidade de considerar os impactos psicológicos e emocionais da interação humano-
máquina. O programa de Weizenbaum nos lembra que, por mais sofisticadas que se tornem as tecnologias de IA, é fundamental manter uma visão crítica sobre seu uso e compreender as implicações mais amplas da simulação de empatia e compreensão por parte das máquinas.

 

Portanto, sobre as duas décadas de 1950 e 1960, onde aqui estamos iniciando nessa saga literária, foram testemunhas dos primeiros passos fascinantes na evolução da Inteligência Artificial. Todos programas descritos em artigos anteriores e outros programas semelhantes abriram portas para a pesquisa e desenvolvimento nesse campo. Embora esses primeiros esforços tenham enfrentado desafios tecnológicos, eles pavimentaram o caminho para as realizações impressionantes que vemos na IA hoje, onde máquinas podem não apenas resolver problemas complexos, mas também se comunicar de forma quase humana.

 

RESUMO DE ALGUNS AVANÇOS DA IA NA DECADA DE 1960

Houve diversos avanços significativos na área de inteligência artificial (IA), refletindo um período de otimismo e experimentação intensa. Além do ELIZA de Joseph Weizenbaum, outras tecnologias e desenvolvimentos notáveis incluem:

Perceptrons: Desenvolvidos por Frank Rosenblatt em 1957, os perceptrons são considerados um dos primeiros tipos de redes neurais artificiais. Embora tenham sido criados no final dos anos 50, a pesquisa e o desenvolvimento continuaram ao longo da década de 60. Eles foram usados para tarefas simples de reconhecimento de padrões.


Programas de Xadrez: A década de 60 viu os primeiros programas capazes de jogar xadrez. Embora ainda fossem primitivos comparados aos padrões atuais, representaram um marco importante no desenvolvimento de algoritmos de IA para jogos e resolução de problemas.

 

LISP: Desenvolvida por John McCarthy em 1958, a linguagem de programação LISP tornou-se amplamente utilizada na pesquisa em IA durante a década de 60. É uma das linguagens de programação mais antigas ainda em uso e foi fundamental para muitos programas de IA iniciais.


SHRDLU: Desenvolvido por Terry Winograd no final dos anos 60, SHRDLU foi um programa de IA que conseguia manipular blocos virtuais em resposta a comandos em linguagem natural. Era um exemplo avançado de processamento de linguagem natural e planejamento em IA.


Sistema DENDRAL: Desenvolvido na década de 60 por Edward Feigenbaum, Bruce Buchanan e Joshua Lederberg, o DENDRAL foi um dos primeiros programas de IA aplicados com sucesso em um problema do mundo real. Era um sistema de IA projetado para a química analítica, mais especificamente para inferir estruturas moleculares a partir de dados espectrométricos de massa.


Estas inovações e outras mais, representaram os alicerces sobre os quais a moderna inteligência artificial foi construída. Eles não apenas demonstraram o potencial da IA, mas também estabeleceram metodologias e técnicas que continuam a influenciar o campo até hoje. Nos próximos artigos avançaremos no tempo/espaço. Até a próxima saga....

 

Leonardo Luiz Ludovico Póvoa - Poeta, Administrador, Doutorando em Comunicação pela Universidade Fernando Pessoa - Portugal - (www.poetabrasileiro.com.br)

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