Cabo Geovane é excluído da PM e prepara pedido de reconsideração de decisão

O Cabo afirmou ter certeza que Eduardo Siqueira e governador Siqueira Campos desconhecem a decisão “extremada”.

O Conselho de Disciplina e o Chefe do Estado Maior, Coronel Gilberto Nogueira,  decidiram excluir do serviço da Corporação Militar, o presidente da Associação de Cabos e Soldados, Cabo Geovane. A informação foi confirmada pelo próprio Cabo por meio de carta aberta.

 

A demissão do Cabo é em razão da situação na qual Geovane, ao lado do Major Luís Chaves do Vale, presidente da Associação dos Policias e Bombeiros Militares do Tocantins foi até a Assembleia Legislativa e protocolou documento pugnando por uma alteração do Estatuto Militar.

 

Os presidentes enviaram a Assembleia uma nota em que diziam que os deputados que não votassem contra os Projetos do governo seriam considerados pessoas que não são bem vindas nos quartéis. No dia 18 de abril os presidentes se entregaram a Justiça e alegaram que não queriam tumultuar a votação, mas apenas lutar pelos seus direitos.

 

Segundo o que o Cabo publicou em documento, “Jamais imaginei que ao me tornar Presidente de uma Associação de classe, - a dos Cabos e Soldados - e me empenhar na buscar por melhorias profissionais para o associado pudesse receber como pena a minha demissão, além de uma prisão injusta em que permaneci por 22 (vinte e dois) dias”.

 

O processo

De acordo com as informações do Cabo, no decorrer da instrução do processo, todos os deputados ouvidos declararam que não se sentiram ameaçados com o manifesto e compreendiam a função de Presidente de classe. “Todavia, o Conselho e o Sr Chefe do Estado Maior decidiram pela máxima penalidade, considerando que meus atos foram ofensivos à ética da Polícia Militar”, consta no documento.

 

Recurso

O Cabo adiantou ao Portal T1 Noticias que está preparando um recurso (pedido de reconsideração de ato) contra a decisão. O Portal T1 Noticias solicitou posicionamento do Comando da PM sobre o assunto e aguarda retorno. Nossa equipe não conseguiu contato com Major Chaves, mas informações dão conta que ele estaria se dirigindo a Capital para tomar conhecimento da situação.

 

Confira a Carta Aberta na íntegra:

 

Tenho certeza absoluta que o Comandante Geral, Coronel Luiz Cláudio Gonçalves Benício, homem valoroso que sabe reconhecer o trabalho da tropa e buscar o equilíbrio do Estado Democrático de Direito, pautando-se na proporcionalidade de suas decisões, não apontaria a trilha mais dolorosa para este subordinado.

 

Tenho certeza também que o Senador Eduardo Siqueira Campos e o Excelentíssimo Senhor Governador do Estado, José Wilson Siqueira Campos, desconhecem a decisão extremada, pois o Governador possui uma história de luta pelos seus ideais, sem medir esforços para suas conquistas, o que resultou na salvação do norte Goiano quando ele conseguiu, na Constituinte,  a criação do Tocantins.

 

Nunca teria a pretensão ousada de ser como o Governador, mas posso dizer que o exemplo dele demonstra que não é em vão a luta de um homem que apenas buscava melhorar a carreira dos Militares deste Estado, trabalhadores que discretamente fazem a Segurança Pública do Estado, que sofrem dia a dia com o risco de vida peculiar às suas funções, deixando suas esposas, seus filhos e suas casas sem saberem a plenitude do retorno, porém pensando no bem maior que é a comunidade pela qual devem zelar.

Sigo o meu destino... Confio em DEUS, no Governador, Chefe Máximo da Polícia Militar, no Comandante Geral e na Justiça, a fim de que meus recursos sejam apreciados de forma objetiva e que, caso entendam que uma pena deva ser a mim imposta, que não seja o afastamento definitivo do serviço público, pois este é o meu pão de cada dia.

 

 

Palmas, 09 de janeiro de 2012.

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