Conselho fiscal do Igeprev reprova contas de 2014 por fundos desenquadrados

As contas do Igeprev de 2014, que passam por uma auditoria, foram reprovadas pelo Conselho Fiscal tendo em vista o desenquadramento de investimentos em fundos. Jacques Silva, trabalha em sindicância.

Instituto passa por sindicância interna
Descrição: Instituto passa por sindicância interna Crédito: Lia Mara/Secom

A reunião do Conselho Fiscal do Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev), aconteceu na tarde desta terça, 3, e o resultado foi a reprovação das contas do Instituto referentes ao exercício de 2014.

 

Segundo o conselheiro pelo Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual do Estado do Tocantins (Sindare), Jorge Couto, o principal motivo para rejeição das contas foi o montante de aplicações e investimentos que estão desenquadrados, fora do limite estabelecido. “Há também um problema a respeito dos diversos requerimentos feitos pelo próprio Conselho Fiscal e que não foram atendidos, por esses motivos não pudemos aprovar as contas”, relatou.

 

O representante dos servidores públicos lamentou a atual situação do Igeprev. “O que agente espera é que o Instituto seja gerido por pessoas comprometidas. Lamentavelmente o que nos vimos foi uma situação de absoluta irresponsabilidade esperamos que aqueles que agiram desta forma sejam responsabilizados”, comentou Jorge.

 

Para o atual presidente do Igeprev, Jacques Silva, diante de tantas irregularidades cometidas, principalmente na área de investimentos não foi uma surpresa a reprovação das contas pelo conselho. “Foi uma série de irregularidades que não tinha como justificar era de se esperar que o conselho não aprovasse”, pontuou.

 

Fundos desenquadrados

O investimento em fundos é uma alternativa bastante cômoda para qualquer investidor que queira que especialistas cuidem de seus recursos e é muito usada pelo Igeprev, que tem R$ 1,17 bi investidos em 27 fundos com liquidez de longo prazo e boa parte deles estão desenquadrados por Patrimônio Líquido (PL), com um montante de aplicação de R$ 739 mi, e apresentam perdas que chegam a mais de R$ 265,7 mi, de acordo com documentos que o T1 Notícias teve acesso.

 

Várias regras legais e operacionais são aplicadas aos fundos de investimento para que ele esteja enquadrado e quando o fundo vai à contramão das regras o termo utilizado é que o fundo está desenquadrado. Neste sentido, sete fundos em que o IGEPREV tem aplicações estão desenquadrados por PL o que significa que a aplicação feita está acima do limite de 25% do patrimônio líquido do fundo, preconizado pelas regras.

 

Em uma das aplicações, no fundo Incentivo FI Referenciado CDI CP, que tem um patrimônio líquido de R$ 34.925.365,28, o valor aplicado é o mesmo do PL do fundo, ou seja, a aplicação ao invés de 25% do PL representa um total de 100% do PL.

 

Perdas

De acordo com os dados apresentados, entre 2011 e 2014 mais de R$ 265,7 mi foram perdidos nas aplicações e uma das que mais chama atenção é a feita no FIDC Trend Bank que recebeu um montante de quase R$ 80 mi e a perda chegou a mais de R$ 81,6 mi. Esta aplicação, tendo em vista que apesar da perda teve também algum rendimento, conta com um saldo atual ou para resgate de pouco mais de R$ 2,7 mi.

 

Recuperação

De acordo com as informações do presidente Jacques Silva, o Igeprev trabalha para apurar e resolver os gargalos do órgão. “Estamos fazendo uma sindicância para levantar todas as irregularides, mas paralelo a isto preocupados com o desenquadramento estamos chamando todos os gestores dos fundos para tentar uma solução. Precisamos resgatar e o regate está difícil”, informou ao destacar ainda que não é possível permanecer com os fundos de investimento desenquadrados.

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