Defesa destaca falta de provas contra Duda e aponta mais suspeitos não investigados

Alegações foram peticionadas pela defesa de Duda Pereira, que agora aguarda o julgamento. Justiça deve decidir ainda se o acusado vai a júri popular ou não

Wenceslau Leobas tinha 77 anos quando foi assassinado
Descrição: Wenceslau Leobas tinha 77 anos quando foi assassinado Crédito: Divulgação

Os advogados de defesa do empresário Eduardo Augusto Rodrigues Pereira, o Duda Pereira, que responde na Justiça como suposto mandante do assassinato do empresário, Wenceslau Gomes Leobas de França Antunes, conhecido como Vencim Leobas, apontam mais três nomes de pessoas que poderiam ter sido investigadas como mandantes do crime, mas não foram.

 

Esse é um dos argumentos pelos quais a defesa de Duda, na alegação final, tenta descontruir a acusação, apontando falhas na investigação e questionando a linha investigativa adotada pela delegacia que apurou o caso. O documento foi peticionado pela defesa na sexta-feira, 13.

 

Wenceslau Leobas, conhecido como Vencim Leobas, era dono de postos de combustíveis, em Porto Nacional e morreu em janeiro de 2016, aos 77 anos, depois de ser baleado na porta de sua casa, no município.

 

Alan Sales Borges e José Marcos de Lima foram presos no dia do crime pelo assassinato. Em março de 2018, Alan Sales Borges foi julgado e sentenciado a 16 anos de prisão. Já José Marcos, foi encontrado morto dentro da Casa de Prisão Provisória de Palmas, antes do julgamento.

 

Segundo a defesa de Duda Pereira, em nenhum momento os dois executores do crime, Alan Sales Borges e José Marcos de Lima, presos e julgado pelo assassinato de Leobas, citaram o nome de Pereira como sendo o mandante do crime.

 

 

Inúmeras falhas teriam comprometido o resultado final

 

Além disso, os advogados usam o depoimento do delegado que conduziu a investigação para ilustrar falhas na apuração do caso, conforme trecho da defesa: “...a própria Autoridade Policial que presidiu a fase investigativa reconhece, durante o seu depoimento, que houve inúmeras falhas e que, sem dúvida, comprometeram o resultado final da investigação, o que acabou por desaguar numa denúncia igualmente falha, conforme abordaremos em tópico específico.”

 

 

Conversas

 

Para a defesa, a investigação poderia ter seguido outra linha, se tivesse buscado detalhar conversas (ligações interceptadas) entre a esposa de Alan e um policial militar de nome Elias, na qual é citada uma pessoa de nome Evangelista, que teria levado até ela, parte do pagamento pelo assassinato de Leobas. “Bastaria que fossem ouvidos. Na verdade, o que fica patente é que havia uma “escolha” do mandante, e não a real preocupação em desvendar o crime”, afirma a defesa dando outros caminhos pelos quais a investigação poderia ter seguido.

 

Ainda sobre a apuração feita pela polícia, a defesa destacou que não foi encontrada nenhuma prova técnica que prove ameaça de morte feita por Duda a Leobas. E que o delegado que investigou o caso teria revelado em seu depoimento que “baseou o indiciamento do Sr. Eduardo exclusivamente nos depoimentos testemunhais e que não houve prova técnica.”

Entenda o caso


Duda é apontado pela acusação como o principal suspeito de encomendar a morte de Vencim Leobas, em 2016. O empresário chegou a ser preso, mas foi solto após uma liminar do Tribunal de Justiça em setembro de 2017.


Em junho deste ano, Duda Pereira foi ouvido no processo criminal em audiência no Fórum de Porto Nacional. Agora, com a apresentação das alegações finais é aguardado, primeiro saber se o empresário vai a júri popular, e depois a data do julgamento.

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