Em Goiânia, Leda luta para voltar a enxergar: demora no diagnóstico foi causa

Diagnosticada com Lúpus, ela precisou ir buscar tratamento em outros estados porque não encontrou resposta para seu problema na saúde pública do TO. Em Goiânia tenta contornar uma cegueira parcial...

Com doença grave, Leda faz tratamento em Goiânia
Descrição: Com doença grave, Leda faz tratamento em Goiânia Crédito: Arquivo pessoal

Após passar pelo Hospital São Marcos, em Teresina, Leda Galvão, que ficou meses tentando encontrar diagnóstico para om problema de saúde que tinha, na rede pública do Tocantins, está há 15 dias internada no Hospital Geral Alberto Rassi, em Goiânia. O hospital é referência em tratamento de doenças graves, no caso de Leda, neuro-oftalmológico. “Cheguei em Goiânia muito mal, com um edema no cérebro, tipo um inchaço porque já estou com hipertensão intracraniana e isso está me deixando cega”, relatou Leda.

 

Leda passou por uma pequena cirurgia na última quarta-feira,11, para fazer uma monitoração da pressão intracraniana. Segundo ela, esse foi o último exame pré-operatório para colocar uma válvula no cérebro para que ela possa voltar a enxergar.

 

O T1 Notícias vem acompanhando o caso da paciente que há quase dois anos luta pela vida e precisou buscar atendimento médico em outros Estados para descobrir qual era realmente o seu problema de saúde e fazer o tratamento adequado. Para Leda Galvão, o tempo de espera custou a perda de 90% de sua visão.

 

Em janeiro do ano passado, Leda ouviu dos médicos que seria portadora de doença rara, grave, após ter tido alguns sintomas e complicações assim que deu  a luz ao seu segundo filho, que hoje está com 1 ano e 4 meses. Apesar de passar mais de um ano tentando descobrir o que tinha, a mulher só conseguiu um diagnóstico certo quando foi para o Piauí.

 

Leda chegou a ter sangramentos pelo nariz, olhos, ouvidos e pelo útero. Por causa do sangramento nos olhos, ela teve deslocamento de retina e perdeu maior parte da visão. Em Teresina, no Piauí, ela descobriu que era portadora de um tipo de Lúpus. Os médicos decidiram tratá-la para estudar seu caso.

 

Força de vontade para lutar

 

Mesmo enfrentando todas as dificuldades, Leda nunca desistiu de lutar por sua saúde. Sua maior motivação, segundo ela, é a família. “Primeiro agradeço a Deus, meus familiares, amigos e a toda equipe do T1 notícias, por terem acreditado na minha vida, e hoje estou aqui em Goiás, viva fazendo tratamento” afirmou Leda, em entrevista ao Portal.

 

“Meus filhos são minha maior motivação, porque eles precisam de mim, por isso nunca desanimei. Nunca desisti diante dos ‘nãos’. Mesmo nas adversidades, sou roxa por eles. Mesmo sem condições nenhuma de fazer tratamento eu ponho a mochila nas costas e vou atrás de saúde por eles” disse.

 

Seu quadro ainda é considerado grave, e Leda só conseguiu ajuda do governo do Tocantins para despesas com passagem de ida e vinda. Sua preocupação é com o andamento do tratamento e os custos para se manter depois que fizer a cirurgia que  está aguardando.

 

“É um tratamento muito demorado, depende de muitas coisas que não atende pelo SUS e nossas condições aqui são as mesmas, sem nenhum auxilio previdenciário, e a ajuda do governo do Tocantins só são com as passagens, que continua mínimo, perto do que necessitamos aqui”, desabafou Leda.

 

“Acredito que agora é a cura mesmo”

 

O médico confirmou o tipo de cirurgia que necessito daí estamos aguardando uma avaliação com o neurocirurgião para marcar a cirurgia”, disse Leda, esperançosa.

 

O sofrimento de Leda Galvão, com uma doença de que nada se sabia, se agravou com a demora no tratamento. Aqui no Tocantins, precisou apelar a justiça para que pudesse ter a possibilidade de fazer o tratamento fora. Mesmo com a situação comprovada, só conseguiu do Estado as passagens para viajar.

 

“Se o lúpus eritematoso sistêmico com saaf  tivesse sido cuidado no começo dessa história, ainda no Tocantins, não tinha afetado tanto meu cérebro, que me levou a uma trombose venosa cerebral e a hipertensão intracraniana” lamentou Leda.

 

A história dessa mulher batalhadora, mãe, tocantinense, revela o quanto ainda é preciso melhorar no nosso sistema público de saúde. Mostra também a força de alguém que, quando atingido pelas circunstâncias, não desiste de viver. Pelo contrário, usa todas as armas que tem, e tenta manter-se firme com as que não tem!

 

Uma matéria especial do T1 Notícias, nesse mês de homenagens às mulheres que, como Leda, estão na luta diária pela vida.

 

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