Estado começa a devolver recursos da Saúde de Palmas e pagará 135 cidades dia 30

Municípios maiores como Araguaína e Gurupi estão em negociação. Dívida se arrasta desde gestão anterior, que também lançou mão de recursos dos municípios para quitar compromissos de obrigação na Saúde

Edson Ronaldo Nascimento anuncia pagamentos
Descrição: Edson Ronaldo Nascimento anuncia pagamentos Crédito: Foto: Divulgação

O governo do Estado negociou e começou a pagar os pouco mais de R$ 5 milhões que a gestão do governador Marcelo Miranda deve à Cidade de Palmas. Serão dez parcelas de R$ 561 mil, sendo que a primeira já foi depositada. A informação é do secretário de Fazenda, Edson Ronaldo Nascimento ao T1 Notícias. “Já provisionei os recursos e vamos pagar integralmente o que é devido por esta gestão a 135 dos 139 municípios do Estado no final deste mês, entre 29 e 30”, antecipou. O total da dívida com estas cidades é de cerca de R$ 4 milhões.

 

Municípios maiores como Araguaína e Gurupi estão em negociação. “São valores maiores, assim como é o caso de Palmas, onde o prefeito está cobrando a dívida toda, cerca de R$ 14 milhões. Só que nós vamos pagar primeiro a nossa dívida, a dívida desta gestão”, explicou Nascimento.

 

A cobrança para que o governo devolva os repasses de recursos devidos aos municípios, verba carimbada da Saúde, foi objeto de desentendimento entre o prefeito de Palmas, Carlos Amastha e o governador Marcelo Miranda, no evento de lançamento da campanha do governo federal contra a Zika, na capital. O governador também foi cobrado recentemente em audiência pelo prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas. Já a ATM, que vê o peso das contas da saúde básica chegar sem que haja o repasse a municípios em sua maioria sem recursos de receita própria, divulgou uma nota cobrando o governo do Estado.

 

A dívida se arrasta desde a gestão anterior, que também lançou mão de recursos dos municípios para quitar compromissos de obrigação do Estado na Saúde.

 

Tudo depende da arrecadação

Segundo o secretário Edson Nascimento, não há mágica. Sua herança em contas atrasadas foi de R$ 450 milhões, os quais já foram reduzidos a R$ 180 milhões. “Priorizamos quitar a dívida do Igeprev, e já conseguimos, após quitar R$ 80 milhões, liberar a certidão (CRP) que impedia inclusive os financiamentos que estão em curso para o Estado. Tinha o Plano de Saúde, que negociamos e firmamos um TAC, tem as contribuições sindicais, que estamos resolvendo, e os consignados que estavam com cerca de 5 meses sem repasse e negociamos com os bancos maiores: Caixa e Banco do Brasil”, resumiu.

 

Com a receita própria reagindo desde janeiro, quando entraram em vigor as novas alíquotas aprovadas no pacotaço que o governo enviou à Assembleia no final do ano que passou, o temor do governo é que haja a derrubada da lei pelo Tribunal de Justiça, numa ação movida pelo senador Ataídes de Oliveira, pelo PSDB.

 

“O prejuízo seria enorme, não só para o Estado como para as prefeituras. Araguaína perderia em torno de R$ 8 a R$ 9 milhões. E todos estão contando com isso nos seus orçamentos”, finalizou.

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