Militares entram em formação, mas recuam: MP deve criminalizar grevistas

Diversas autoridades estiveram reunidas na tarde deste sábado,14, para deliberar sobre a greve da polícia civil. Militares chegaram a ser convocados e entraram em formação, mas foram dispensados.

Depois de uma tarde tensa, tendo em vista a tensão formada com a ocupação dos policiais civis na Casa de Prisão Provisória de Palmas (CPPP), os Policiais Militares foram convocados para reunirem-se no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, e então organizarem a entrada na Casa de Prisão. Eles chegaram a entrar em formação, mas foram dispensados pouco antes do início de uma reunião entre autoridades que debateu as estratégias a serem utilizadas junto aos grevistas.

 

As autoridades discutiram as medidas que devem ser tomadas para assegurar os direitos e garantias dos presos, como o direito a visita e decidiram que a principal medida é responsabilizar criminalmente os policiais envolvidos no movimento grevista.

 

Falaram ainda sobre a necessidade de uma investida para retirar os policiais civis que ocupam a Casa de Prisão, bem como as estratégias para após a retomada do lugar. Na ocasião, a secretária de Defesa e Proteção Social, Gleidy Braga sugeriu uma contratação em caráter de urgência e de pronto o sub-secretário chefe da Casa Civil, Cel Bonfim, cogitou os militares da reserva ou ainda os militares federais para dar continuidade ao serviço da CPPP.

 

Na ilegalidade

 

Ao T1 Notícias, o secretário de Segurança Pública (SSP), César Simoni, lembrou que os grevistas já se encontram em uma situação ilegal, tendo em vista a portaria conjunta da Secretaria de Proteção e Defesa Social (Seds) e da SSP que determina o retorno imediato dos grevistas da Civil às suas funções de origem, e em caso de descumprimento, teriam que entregar as suas armas. Mas isso não aconteceu.

 

“Quando eles desobedecem a portaria e desobedecem uma ordem do Poder Judiciario entram na ilegalidade. Isso não é mais um movimento de greve é um movimento de insurreição armada”, disse.

 

Com a decisão da reunião, são os promotores que vão tomar as decisões acerca do movimento e, para César, os grevistas já cometem o crime de apropriação indébita, ou seja, estão de posse de um bem público, as armas e materiais de uso dos policiais em exercício, sendo que a portaria pede para entregá-los.

 

“Não sei qual vai ser o entendimento dos promotores, mas o que nos competia fazer nós já fizemos. Eles [os grevistas] estão instituindo um poder paralelo, atos de insurreição com sintomas de terrorismo pois no momento em que se leva mulheres para servir de escudo isso já passa dos limites. Se não se curvam a justiça vão se curvar a quem?”, questionou o secretário.

 

Estiveram presentes na reunião, o comandante geral da PM, Cel Glauber de Oliveira; o delegado Geral da Polícia Civil, Roger Knewitz; o Procurador Geral do Estado, Sérgio do Vale; a secretária de Defesa e Promoção Social, Gleidy Braga; o secretário-chefe da Casa Militar, Bonfim Azevedo; além de representantes do Centro de Direitos Humanos de Palmas, Defensoria Pública, Ordem dos Advogados do Brasil, Secretarias de Estado de Comunicação e Geral de Governo, Conselho da Comunidade de Execução Penal de Palmas, Ministério Público e o senador Donizetti Nogueira (PT).

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