A morte de dois bebês que estavam internados no Hospital e Maternidade Dona Regina, em Palmas, e aguardavam por cirurgia no coração está causando desespero e preocupação nas mães que continuam com os filhos internados. Os bebês aguardavam a transferência para hospitais de outro estado, uma vez que este procedimento cirúrgico não é realizado no Tocantins.
Segundo Daiane Pereira, disse ao T1 Notícias, o filho está internado na Unidade de Terapia Intensiva a 42 dias e a aflição é cada vez maior. “A espera é muito ruim. Hoje faz um mês que conseguimos a decisão da justiça e até agora nada”, afirmou a mãe.
Ainda de acordo com Daiane, o Estado alega que é necessário que a cirurgia seja feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e espera que a cirurgia seja marcada para efetuar a transferência da criança. “Eles falam que não tem condições de pagar a cirurgia, que não podem pagar um custo tão alto assim. Que temos que esperar pelo SUS. Estamos esperando, mas com muito medo”, contou.
A mãe relata ainda que já tentou na Justiça que o Estado pague pela cirurgia particular. “A promotora pediu que fosse bloqueado o valor da cirurgia na conta do Estado, mas o juiz disse que era preciso de mais provas para comprovar que o bebê necessita desta cirurgia e que é mesmo de extrema urgência. Tenho muito medo desta demora”, desabafou Daiane.
Sesau explica
Em nota enviada ao T1 Notícias, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informou que o Serviço de Regulação Estadual permanece incansável, 24 horas na busca de vagas e aguarda agendamento de procedimento cirúrgico cardíaco pediátrico por meio da Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade (Cnrac) para dois pacientes que estão internados no Hospital e Maternidade Dona Regina (HMDR).
Ainda de acordo com a secretaria, a mesma pediu auxílio ao Ministério da Saúde e paralelo a isso abriu processos de compra dos serviços para atender aos pacientes. A Sesau afirma também que a UTI aérea está pronta para fazer as transferências a qualquer momento.
A Secretaria disse ainda que o Tocantins não dispõe de profissionais especialistas em cirurgia cardíaca pediátrica em seu quadro funcional pela carência desta especialidade em todo Brasil, que conta com poucos centros capacitados para realizar este tipo de cirurgia, por isso os pacientes que necessitam do procedimento são encaminhados para tratamento fora de domicílio.
Crise Saúde
A empresa Litucera Engenharia e Limpeza, responsável pela alimentação e limpeza de hospitais públicos no Estado, protocolou denúncia no Ministério Público Federal (MPF) o último dia, 30 de agosto, pedindo que o secretário de Saúde do Governo do Tocantins esclareça a prática de pagamentos de notas fiscais em duplicidade. O mesmo relatório que havia sido protocolado na Sesau ainda no mês de julho, requerendo explicações sobre a prática- que foi considerada ilegal e alvo de graves acusações por parte do MPF em ação movida referente à gestão passada, quando Vanda Paiva e Gastão Neder respondiam pela Sesau - foi encaminhado ao MPF.
O T1 Notícias solicitou resposta do MPF que informou em nota que “Em relação a denúncia da Litucera, foi protocolada no dia 30 de agosto e distribuída ao procurador Fernando Antônio de Alencar Alves de Oliveira Júnior, que se encontrava de férias até ontem. O documento está concluso para análise e devemos ter posicionamento a respeito nos próximos dias.
(Matéria atualizada às 18h36)
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