Órgãos de tocantinense são enviados para o Rio Grande do Sul, São Paulo e Maranhão

Uma paciente de 44 anos beneficiou três receptores: um rim foi remetido a Porto Alegre, outro rim ao Maranhão e o fígado foi enviado a São Paulo.

 Toda captação ocorrida no TO é atribuída à Central Estadual de Transplantes
Descrição: Toda captação ocorrida no TO é atribuída à Central Estadual de Transplantes Crédito: Divulgação/Governo do Tocantins

Uma equipe da Saúde do Estado esteve em Araguaína no último domingo, 24, para realizar mais uma captação de órgãos com o apoio da Secretaria de Segurança Pública e Força Aérea Brasileira. A ação aconteceu no Hospital Dom Orione e foi a segunda realizada no espaço de três dias pelo Governo do Tocantins. Na ocasião, foram captados os rins e fígado de uma paciente de 44 anos, beneficiando três receptores: um rim foi remetido a Porto Alegre, outro rim ao Maranhão e o fígado foi enviado a São Paulo.

 

A doadora dos órgãos sofreu morte encefálica. Após o diagnóstico, a família, que preferiu não ser identificada, manifestou ao hospital o desejo da doação. Logo após o procedimento, os órgãos foram encaminhados para a Central Nacional de Transplantes, responsável pelo direcionamento aos pacientes na fila de transplantes.

 

O coordenador da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Dom Orione, Dr. Jorge Patrick Oliveira Feliciano, explica que o procedimento complexo, envolvendo múltiplas equipes. “A partir do diagnóstico da morte encefálica e que a família se disponibiliza a fazer a doação de órgãos, são realizados os exames de compatibilidade, feitos em Brasília. Depois vem uma equipe capacitada, geralmente de Brasília ou São Paulo, para fazer a captação dos órgãos que são distribuídos conforme a necessidade e a compatibilidade dos doentes”, explicou. 

 

Toda captação ocorrida no Tocantins, seja em unidades da rede privada ou pública, é atribuída à Central Estadual de Transplantes do Tocantins (CETTO), que contou com a presença do médico, Dr. Rudinei Brunetto e da coordenadora do serviço, Suziane Crateús.

 

A equipe da Central Nacional de Transplantes se deslocou com o apoio da Força Aérea Brasileira para a captação e remissão para os outros estados e, no Tocantins, toda operação contou com o apoio da Secretaria de Segurança Pública, por meio da equipe do CIOPAER, responsável pelo deslocamento ágil entre hospital e aeroporto.

 

Um dos membros da equipe que veio de São Paulo, Dr. Felipe Borges, cirurgião do aparelho digestivo e transplante hepático, comemorou o sucesso do procedimento. Ele ressalta que apesar de existirem muito potenciais doadores no Brasil, ainda faltam unidades com capacidade técnica para realizar o procedimento. “É muito importante conseguir fazer isso num padrão muito bom como o que o Hospital Dom Orione nos ofereceu”, destacou.

 

Doação

 

Para que seja possível a doação, o primeiro grande passo é que a família tenha conhecimento do desejo de ser doador, uma vez que parte dela a autorização para captação dos órgãos. A autorização deve ser concomitante ao quadro de morte encefálica, quando ocorre uma perda definitiva das funções do cérebro e, por isso, a recuperação não é possível. Neste quadro, os órgãos permanecem ativos por um curto período de tempo, o que permite então a captação para que sejam remetidos aos receptores.

 

Três dias

 

A captação ocorreu apenas três dias após a última realizada no Hospital Geral de Palmas, na última sexta-feira, 22. A família de um jovem de 23 anos, vítima de acidente de trânsito, permitiu que cinco pacientes fossem beneficiados com córneas, fígado e rins, destinados à pacientes de Brasília, Goiânia, Curitiba e dois tocantinenses.

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