A Praia da Graciosa está bem movimentada neste final de semana. Ao som dos motores e do rock e blues, motociclistas de todas as partes do país se encontram no 2º Palmas Moto Show. Aproximadamente 600 motociclistas se inscreveram no evento. A atração mais aguardada pelo público foi o show de moto freestyle, com Gilmar Flores, o Joaninha, e sua equipe.
O presidente da Federação de Motociclismo do Tocantins, Mauricio Silva, disse que o evento é uma grande conquista para o motociclismo e ressaltou a ajuda que recebeu do Governo e o apoio da Assembleia Legislativa (AL), que possibilitou a vinda do Joaninha para fazer uma apresentação no Encontro.
“A Associação de Motociclistas [Estradeiros do Tocantins - AME] é uma das organizadoras desse encontro. O Encontro Nacional é de responsabilidade da AME, com os parceiros dela, a Federação de Motociclismo ficou em parceria para a realização do freestyle, aglutinando valores. Fazendo com que esse evento do Palmas Férias se tornasse ainda mais legal”, explicou Mauricio.
Alessandro Barbosa, que é um dos coordenadores da AME, disse que a princípio para ingressar em um motoclube é necessário ter uma moto. No entanto, o que muita gente não sabe é que não precisa ser piloto profissional ou ter uma super motocicleta para se juntar aos amantes das duas rodas. “Não importa o tipo de motocicleta, ou a cilindrada que a sua motocicleta tem. O importante é o amor que você sente de estar sobre duas rodas e percorrer as nossas estradas”, disse o coordenador.
E no evento tem lugar para todo mundo. Israel Souza Solano Nunes, estudante de 18 anos, começou há pouco tempo a participar de um grupo que pratica o weeling, um esporte radical que consiste em manobras sobre rodas em solo, como ele explicou. “Desde criança eu sempre gostava de motos, adrenalina, sempre via motocross e agora conheci o esporte e tive a oportunidade de estar treinando junto com o Ralado, que é o líder da equipe”. Israel disse também que seu principal objetivo é se divertir e ter um hobby para se distrair.
Estilo de vida
Um dos expositores no evento, Jô, veio de Porto Alegre e disse que quando uma pessoa entra no motociclismo ganha uma nova identidade, explicando porque se apresenta somente por esse nome, deixando de lado o de batismo. “Todo mundo na vida busca alguma coisa que lhe agrade, que lhe faz se sentir bem. O motociclismo é isso, é ser livre, é poder subir na sua moto e chegar no trevo da tua cidade sem saber para onde ir, só acelerar e deixar que a vida largue você em qualquer canto da cidade. Isso é motociclismo”, define.
Jô trabalha em eventos de motociclismo por todo Brasil, vendendo artigos relacionados à modalidade há cerca de três anos. O motociclista disse que já perdeu as contas de quantos eventos já participou e quando questionado sobre quantos quilômetros já percorreu sobre as duas rodas disse apenas que “um abutre não mede quilômetro. O abutre simplesmente roda”.
E como a estrada é a casa desses aventureiros, no próximo final de semana Jô já estará em outro grande evento do motociclismo: o Moto Capital, em Brasília. Segundo ele, é o maior evento de motociclismo da América Latina, que costuma reunir até 200 mil pessoas por dia, nos cinco dias de evento.
Motoqueiro não, motociclista
No meio do motociclismo há uma polêmica sobre a definição de quem “simplesmente” utiliza a moto como meio de transporte e aqueles que vivem neste universo por amor. Por isso, chamar um motociclista de motoqueiro pode ser considerada até uma ofensa para a maioria.
“O motociclismo é quem tem a paixão pela moto. Alguns têm uma moto por opção ou por não poder ter um carro, ou pela praticidade da moto para o seu trabalho. Quem utiliza moto apenas como meio de trabalho e não curte é um motoqueiro. As pessoas confundem. O motociclista é quem curte a moto. Ele tá em cima da moto porque ele quer, não por uma opção. É a paixão, é o desejo de andar” defende Jô.
Para todas as idades
O professor Leandro Saraiva, 41 anos, disse que desde pequeno tinha o sonho de ter uma moto e viver o “espírito livre” do motociclismo. “Você pega um veículo desses, está a sabor do vento, das intempéries, sol, chuva, e você está disposto a enfrentar tudo isso entendeu? Você entra na estrada com corpo, alma, tudo e você segue”, diz o professor, que hoje possui uma motocicleta de 600 cilindradas.
A filosofia do motociclismo, segundo Leandro, vai além da marca da moto. Além dele, o engenheiro Matuzalém Cruz, de 60 anos, nutre essa paixão por motos e disse que para cada propósito existe um tipo. Ele vive entre Palmas e Paraíso, onde possui casas, e disse que faz esse percurso praticamente todos os dias de moto porque gosta da sensação. “Me sinto melhor, mais à vontade na moto que no carro. A viagem é diferente quando eu venho de moto, parece que muda a estrada”.
Show de moto freestyle
O fim de tarde na Praia da Graciosa foi ao som do ronco dos motores. Joaninha, que possui, dentre várias premiações, o 6º lugar no ranking mundial de freestyle, deu um verdadeiro show de manobras levando o público ao delírio. Joaninha e sua equipe estiveram pela primeira vez no Tocantins e deixaram o coração de muita gente acelerado com as manobras radicais que apresentaram sobre rampas.
O piloto, que começou no motocross, agradeceu à vibração do público durante a apresentação e se disse muito feliz em trazer para o Tocantins o moto freestyle.
Com diversos shows gratuitos com bandas regionais e nacionais na programação, o evento se encerra neste domingo, 19.
Programação - sábado e domingo
18/07- Sábado
À Noite
Kenny Brown (USA)
Rats (RJ)
Baranga (SP)
Cão de Rua (TO)
Four de Reis (TO)
19/07 Domingo
7h30 – Oração Ecumênica
8h – Café da Manhã
18h - shows regionais
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