Representantes de todos os órgãos ligados à segurança pública de Araguaína participaram de uma reunião, na manhã desta segunda, 13, após uma convocação do prefeito Ronaldo Dimas em virtude dos crimes de várias naturezas ocorridos nos últimos meses.
Ficou acordada entre os participantes uma ação conjunta entre todos os poderes com ações para o reforço do efetivo policial, disciplinamento dos horários de fechamento de bares e shows e estudos para implantação de um sistema de vigilância eletrônica na cidade.
Participaram da reunião representantes da Polícia Militar, Civil, Federal, Rodoviária Federal, Judiciário, OAB, Aciara, Conselho Tutelar, CCABA, Câmara, Detran e Legislativo Estadual.
Ações municipais
As primeiras medidas para conter e prevenir a violência por parte da prefeitura serão a regulamentação do horário de fechamento de conveniências, bares, restaurantes, festas e shows ao ar livre. “Ainda vamos nos reunir com representantes de cada categoria envolvida, mas o município precisa disciplinar este funcionamento”.
De acordo com informações das autoridades participantes, grande parte dos crimes acontece durante a madrugada e estão relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas e uso de drogas.
Segundo o prefeito, nos bairros, os bares só poderão permanecer abertos até às 22 horas, de domingo à quinta-feira, e até às 23 horas às sextas e sábados.
Já na região central da cidade, de domingo à quinta-feira os bares poderão ficar abertos até às 00 horas. Nas sextas e sábados, o horário se estende até às 2 horas.
Em relação aos shows, o horário limite para apresentação é 1 hora da manhã de domingo à quinta-feira e até às 3 horas às sextas e sábados.
Alteração na legislação
Outra mudança proposta pela prefeitura será o aumento no valor das multas cobradas sobre os empreendimentos que desrespeitarem as leis do município. “Vamos submeter esta alteração à Câmara de Vereadores para aprovação. É mais uma ferramenta para evitarmos a reincidência nas infrações já que a multa aplicada hoje é irrisória”, afirma Ronaldo.
Já é lei
Em março, a Câmara de Vereadores aprovou a lei municipal 2.839 que proíbe a comercialização de bebidas alcoólicas em logradouros públicos como o terminal rodoviário, mercado municipal e nas ruas, combatendo a ação de ambulantes, que atuam mesmo após o fechamento dos bares. “Muitas pessoas morrem por causa de motivos fúteis e quase sempre há uma ligação com a bebida. Vamos fazer nossa parte limitando a venda onde é responsabilidade do município”. A lei libera a comercialização somente em períodos específicos como Carnaval e Festa Junina. A lei entre em vigor em junho deste ano.
Vigilância Eletrônica
A prefeitura já está avaliando a possibilidade de instalação de um sistema de câmeras em alta definição em pontos estratégicos da cidade para auxiliar na vigilância e no trabalho dos órgãos de segurança pública. “Já temos uma empresa realizando o levantamento quantitativo de equipamentos e valores. Todo o sistema deve custar algo em torno de 4 milhões de reais, por isso precisaremos da parceria de outros órgãos e entidades para custear isso”, explica o prefeito.
Outras demandas
As autoridades de segurança apontaram algumas características de Araguaína para o aumento na criminalidade. “Estamos numa região de tríplice fronteira, com Pará e Maranhão, que atrai criminosos e facilita a fuga”, lembrou o delegado Dr. Rerisson Macedo. O aumento no efetivo de policiais e agentes também foi colocado em questão. “É necessário munir os policiais não só com armamento de qualidade, mas também com homens nas ruas. Isso inibe a ação criminosa e aumenta a sensação de segurança da população”, colocou o juiz Dr. Álvaro Nascimento.
Ficou acordado uma ação conjunta entre todas as polícias para intensificação de blitzes para tirar de circulação armas ilegais e drogas. Haverá, também, o compartilhamento permanente de informações para auxiliar nas investigações.
Outro ponto importante foi a solicitação que será feita junto ao Governo do Estado para recolocar nas ruas os policiais militares que hoje cuidam da segurança dos prédios públicos do poder judiciário e outras esferas. “Cada poder tem condições de licitar e contratar empresas para segurança particular. Os policiais precisam ir às ruas para aumentar a vigilância”, taxou Ronaldo.
A PM também se comprometeu a solicitar a reativação de mais viaturas de patrulha escolar, reforços de efetivo de outras corporações para operações ostensivas na cidade e o reforço da polícia comunitária. “Sabemos destas necessidades e vamos atuar junto ao comando para prover Araguaína destas solicitações”, garantiu o Major Wander Vieira.
Já em relação do Governo Federal, o município e os órgãos de segurança pedirão a reativação do posto norte da Polícia Rodoviária Federal e o aumento de efetivo da Polícia Federal.
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